A papilomatose canina é muito comum em cães de todas as idades, e apesar de não ser uma doença grave, necessita da atenção dos donos. Para entender melhor sobre o assunto, conversamos com a acadêmica Laís França, aluna do último ano de Medicina Veterinária no Centro Universitário Univel em Cascavel (PR), e estagiária na área de Clínica Médica e Cirurgia de animais de companhia.
Por mais assustador que possa soar esse nome, essa doença não apresenta risco de vida para o cão.
Na verdade, a papilomatose canina é uma doença infectocontagiosa causada pelo papiloma vírus, que ao entrar em contato com o organismo do animal faz com que ele desenvolva pequenos tumores, geralmente benignos, em formato de verrugas na região boca e no corpo.
A transmissão ocorre tanto por contato direto ou indireto, quando um cão contaminado compartilha a mesma vasilha de água ou ração, morde ou lambe um cão saudável, ele pode transmitir o vírus.
É importante salientar que o papilomavírus canino é diferente do papilomavírus humano – popularmente conhecido como HPV -, ou seja, esse vírus é transmissível apenas entre os cães.
O principal sintoma é o surgimento de verrugas, de coloração rosada ou branca em aspecto de “couve-flor”, “as lesões podem ser isoladas ou múltiplas, e ocorrem com maior frequência em animais jovens e/ou com baixa imunidade”, diz Laís. As regiões em que os papilomas mais aparecem são a cavidade ocular, genitais, pele da barriga, focinho e principalmente, na parte externa e interna da boca.
Por mais que não seja uma doença dolorosa, ela pode causar grande incômodo ao animal, dependendo da região em que se encontra. Cães com verrugas na região dos olhos e boca, possuem bastante dificuldade em enxergar e de se alimentar, e por se localizarem em regiões úmidas, podem se multiplicar rapidamente.
Para um cão saudável e com boa imunidade, os sintomas podem regredir e sumir em torno de algumas semanas, porém, caso isso não ocorra e os sintomas persistam, o mais recomendável é levar o pet para uma consulta com médico-veterinário de confiança, para que seja avaliado e consiga determinar, de forma segura, o melhor tipo de tratamento.
Normalmente, o tratamento consiste em remédios antivirais e vacinas, de acordo com a necessidade do cão, mas em casos mais graves, o veterinário pode solicitar uma cirurgia para a remoção das verrugas, que costuma ser simples e não apresenta muitos riscos ao animal.
“Cães com imunidade baixa são mais suscetíveis à papilomatose, por esse lado, uma forma de prevenção é fortalecer o sistema imunológico do canino. Além dos cuidados com a alimentação e a higiene do pet, visitas frequentes ao veterinário são imprescindíveis” afirma Laís. Se o cão estiver com os sintomas do vírus, é muito importante mantê-lo em um ambiente limpo e separado dos demais.
Em hipótese alguma, dê qualquer tipo de medicamento ou tente remover os papilomas por conta própria, além de ferir ainda mais o pet, o dono pode piorar o estado do animal.
Cuidado e atenção nunca são demais para uma vida longa e feliz ao lado do seu cãozinho, e em qualquer circunstância, é essencial procurar ajuda de um profissional capacitado e manter sempre a caderneta de vacinação em dia.