O que é a reatividade em cães e como evitar

Existem muitos fatores que causam a reatividade canina, e por mais que esse comportamento indesejado seja motivo de desconforto, tanto para o pet quanto para o dono, com a ajuda de um bom profissional comportamental, a reatividade pode ser dissipada com o tempo. 

 

A adestradora e influencer digital, Beatriz Salles, nos contou mais sobre o assunto, e deu algumas dicas para ajudar.

 

A reatividade é uma manifestação física de fortes emoções mal direcionadas a um determinado estímulo. 

 

Qualquer coisa pode ser um gatilho emocional para o cão, e por meio desse gatilho, ele pode ficar muito animado, com medo, frustrado, territorialista, e ao longo do tempo, com o acúmulo dessas emoções, pode apresentar um comportamento agressivo.

 

“Uma das maiores características do comportamento reativo é ignorar estímulos externos. Mesmo que o cão esteja acostumado com determinado comando, ele passa a ignorá-lo na presença do gatilho, pois recebe uma descarga muito forte de reações físicas em visão de algo que gera uma emoção muito forte” diz Beatriz.

 

  • Cães que puxam exageradamente a guia
  • Pulam em pessoas que estão andando na mesma calçada 
  • Latem excessivamente ao encontrar outro cão pelo caminho

 

podem estar demonstrando características da reatividade. E dependendo da atitude do dono no momento, isso pode reforçar o mal comportamento.

 

O ideal é trabalhar esse comportamento ainda no início. Saber o histórico do pet, de onde veio e como era o seu comportamento no antigo local, pode ajudar a compreender a causa do gatilho emocional. Porém, se não tiver essa informação, observá-lo durante as manifestações reativas pode ajudar, pois assim, juntamente com profissional qualificado, o responsável poderá traçar o melhor treinamento para o cão.

 

Um ponto importante que precisamos ressaltar é que, a reabilitação comportamental exige paciência e persistência. Conviver com um cão reativo é algo desafiador, e pode gerar uma certa frustração no dono do pet o desencorajando do treinamento, especialmente se o cachorro já tiver mais idade, por isso a importância – se possível – de contar com a ajuda de um adestrador nesse momento. 

 

Assim, a técnica pode ser adaptada para melhor entender como se comunicar com o pet e facilitando o processo. 

 

Com os filhotes, a chave é compreender o processo. Antes dos 12 meses, os cães não estão “prontos”, devido às mudanças hormonais da puberdade e da castração. Isso pode trazer algumas alterações comportamentais, e é importante manter o foco na educação e socialização durante todo o primeiro ano de vida. 

 

“Focar suas recompensas em comportamento neutro em relação a humanos e cães, é o que se provou, na minha opinião, mais efetivo. Claro que a interação deve ser permitida, mas de forma supervisionada, e como consequência de ter confiança no comportamento do seu cão. E a confiança vai ser adquirida por meio de trabalho e repetição. A partir desse trabalho é que o animal vai obter mais liberdade, que é uma consequência da disciplina. A reatividade sendo enraizada em emoções, tanto para filhotes quanto para cães adultos, precisa de compreensão. Muitos cães têm mais potencial do que seus tutores podem ver no dia a dia”, relata Beatriz. 

 

  • Considere ter uma rotina que condiga com as necessidades do animal e que possa ser sustentada pelo dono de acordo com seus horários, e dentro desse hábito é necessário que o cachorro tenha exercício físico e mental.

 

  • Para a adestradora, quanto mais previsível for a rotina, menos estressante ela é para o pet, visto que cães se saem melhor quando têm um dia a dia estruturado, principalmente se for um animal emocionalmente sensível.

 

  • A reatividade pode ser prevenida quando o tutor apresenta o novo ambiente, de forma guiada e neutra para o pet, observando a linguagem corporal da reação do cão ao espaço, e também utilizando o método de associação positiva, para que ele entenda esse local aos poucos. Desse modo, com o passar do tempo, ele pode interagir mais livremente.

 

Para qualquer mudança de comportamento do seu cão, busque sempre ajuda de um profissional qualificado, e se necessário for, fale com o médico-veterinário de confiança. Zelar pelo bem-estar dos nossos melhores amigos é indispensável para garantir uma vida longa e feliz para quem tanto amamos.

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