As lesões aparecem principalmente na região da cabeça e nas patas. São feridas graves, e que não respondem bem ao tratamento com antibióticos, pomadas ou loções.
Da redação
Em termos simples, a esporotricose é uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que pode afetar diversos tipos de animais, inclusive seres humanos. Mas ela pode chegar primeiro no seu amigo felino: em gatos, especificamente, os sinais são as lesões ulceradas (feridas) na pele, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Quem explica por que você deve ficar atento é a Drª Fernanda Fragata, médica-veterinária e diretora do Hospital Veterinário, Petshop e Hotel Sena Madureira.
“Essas lesões aparecem principalmente na região da cabeça e nas patas. São feridas graves, e que não respondem bem ao tratamento com antibióticos, pomadas ou loções. E, apesar do seu aspecto, não provocam dor nem coceira. Lesões nas mucosas, pulmões, articulações, no sistema nervoso central, febre, perda de apetite, perda de peso e prostração também podem acontecer caso a quadro não for tratado”.
Como medicamentos de uso tópico, ou seja, na pele, não são muito efetivos, o tratamento mais apropriado é aquele com antifúngicos administrados por via oral. “Dependendo do grau de evolução da doença quando do diagnóstico, o tratamento pode ser mais ou menos prolongado. A cura é possível, mas se não for tratada adequadamente essa doença pode levar à morte”.
Por onde ele anda?
O fungo causador da esporotricose geralmente habita solo, palhas, vegetais e peças de madeira, podendo ser transmitido por meio de materiais impregnados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial os gatos, também transmitem a doença por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada. É mais frequente em climas quentes e tropicais, apesar de poder ser encontrado no mundo todo.
No ser humano, a doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto.
Apesar de todos os riscos que o Sporothrix schenckii pode oferecer, não é difícil evita-lo. “As micoses costumam aparecer em ambiente quente e úmido, por isso, evite que seu animal permaneça molhado, cuide do ambiente onde ele vive e evite o livre acesso à rua, já que estamos falando de gatos, para que não exista risco de contato com outros animais doentes, entrada em terrenos baldios e outros locais potencialmente perigosos”, esclarece a veterinária.
E fique atento durante o dia a dia do seu animal. “Pode haver reinfecção. Por isso é importante sempre inspecionar a pelagem e a pele do animal, além de fazer visitas frequentes ao veterinário”.