Ração: descubra como escolher a melhor para o seu pet

Entrar em um pet shop para comprar a ração do seu pet pode ser um desafio, já que o mercado conta com dezenas de marcas com diferentes ingredientes, sabores e preços. Entre tantas opções, como escolher a melhor para o seu animal de estimação? 

Primeiramente, é preciso entender que cada espécie tem necessidades nutricionais específicas. Cães e gatos, por exemplo, precisam de quantidades diferentes de proteínas, vitaminas, minerais e ácidos graxos (gorduras) para uma dieta balanceada. Além disso, as necessidades também variam de acordo com a idade do animal (filhote, adulto ou idoso), as condições de saúde e o estilo de vida – bichinhos mais ativos precisam consumir mais calorias e vice-versa.

Segundo a médica-veterinária Rana Rached, gestora do curso de Medicina Veterinária da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), outro ponto importante é que cães e gatos são carnívoros. Porém, enquanto os cachorros podem se tornar onívoros e consumir produtos de origem animal e vegetal, os felinos são estritamente carnívoros. Inclusive, entre os aminoácidos essenciais para os bichanos está a taurina, que é encontrada apenas em carnes.

Atualmente, as principais fabricantes incluem em suas rações todos os nutrientes necessários para a dieta saudável do pet. Entretanto, a principal diferença está na digestibilidade dos ingredientes – ou seja, a capacidade do animal utilizar os nutrientes do alimento – e a interação entre eles. 

Esse índice define o quanto um animal deve consumir para suprir suas necessidades nutricionais.

Inclusive, esse é o critério utilizado para definir se determinada ração é standard (padrão), premium ou super premium. “As rações premium têm no mínimo 78% de digestibilidade, enquanto as super premium têm acima de 83% e as standard, 73%. Quanto menor o percentual de digestibilidade, maior quantidade de ração o animal deve comer para obter todos os nutrientes necessários para sua saúde”, explica a médica-veterinária.

Isso significa que, embora os alimentos secos standard sejam mais baratos, o pet precisa consumir um volume maior para atingir a quantidade adequada de nutrição. 

No entanto, independentemente da classificação, todas as opções de ração disponíveis no mercado são nutricionalmente completas, basta que o tamanho das porções indicado na embalagem seja obedecido. 

Já os produtos premium e super premium possuem tecnologias que melhoram a absorção de nutrientes e entregam outros benefícios extras, melhorando a pele, os pelos e o sistema digestivo, por exemplo. 

Essas categorias também usam ingredientes de melhor qualidade, tais como proteínas e óleos de origem animal, enquanto os alimentos padrão podem conter outras fontes de proteína e carboidrato, como farinha de carne e ossos, e glúten de milho, que possuem baixa digestibilidade. 

Vale lembrar que animais com condições específicas, como problemas renais e alergias, devem consumir alimentos com formulações diferenciadas. Na dúvida, sempre consulte um médico-veterinário de confiança.

Alimentação natural, restos de comida e petiscos

Se o tutor optar pela alimentação natural feita em casa, é preciso adotar uma série de cuidados. Primeiro, é essencial consultar um veterinário para entender as necessidades do animal e determinar a quantidade ideal de cada grupo alimentar para garantir uma dieta balanceada. Também é importante que todos os alimentos estejam sem temperos e sejam cozidos.

“Nunca forneça carnes e ovos crus ao seu pet, bem como alguns vegetais como batatas e outros tubérculos. Além da questão da digestão, alimentos crus podem conter bactérias que podem causar doenças que vão desde uma diarreia leve até casos mais graves. E só o cozimento pode eliminar esses microrganismos”, orienta Rana Rached. 

Ainda que hoje não seja tão comum, algumas famílias costumam dar restos de comida aos animais. Independente da espécie, a prática não é recomendada, principalmente porque os alimentos costumam estar temperados com ingredientes que podem fazer mal aos bichinhos, como alho, cebola e sal. Outros ingredientes que podem ser perigosos são açúcar, xilitol e gordura, sobretudo de alimentos ultraprocessados.

Em relação aos petiscos, vale a mesma regra das rações quando consideramos as opções industrializadas. Também é possível oferecer alguns vegetais e frutas, porém, quando a dieta do animal está equilibrada, qualquer excesso pode engordar. Então, fique atento e sempre consulte um médico-veterinário.

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