Dificilmente, um gato se sentiria entediado na natureza, já que, em seu habitat natural, ele teria que estar em constante alerta para fugir de predadores, caçar seu próprio alimento e cuidar das crias, passando pela aventura diária que é viver no mundo “selvagem”.
Já os gatinhos domésticos têm uma vida bem mais facilitada, por assim dizer. A comidinha e água estão lá disponíveis para a hora que bater a fome, assim como as caminhas e casinhas estão sempre à vista para eles se refugiarem ou simplesmente tirarem suas sonecas. Tudo isso pode e deve ser provido ao seu pet, mas, além disso, é preciso estimular a movimentação do seu bichano para que o tédio não tome conta dele.
“Normalmente, os gatos são animais ativos (dependendo de sua idade e estado de saúde), com períodos prolongados de sono, o que pode acobertar problemas de saúde ou a falta de estímulos motivadores para interações”, relata Gelson Genaro, professor do Centro Universitário Barão de Mauá, de Ribeirão Preto, especialista em bem-estar felino.
Segundo Gelson, um gato se entedia pela falta de estímulos tanto de seu cuidador quanto do ambiente que ocupa, sendo que para “diagnosticar” o tédio devemos ficar atentos ao deslocamento do animal. “Quando acordado, o gato entediado pode apresentar pouco deslocamento, diminuição da autolimpeza, e as fezes e urina podem ser reduzidas em seu número de vezes (o volume deverá ser aproximadamente o mesmo), sintoma que pode acarretar problemas”, alerta.
Então, o que fazer se o tédio dominou seu bichano?
“A estimulação da atividade deste animal deverá ser intensificada, a limpeza dos pelos é uma sugestão, assim como brincadeiras e interações positivas. Alimentos que o animal aprecie poderão também ser alternativas interessantes para motivá-lo a interagir e aumentar sua movimentação”, indica Gelson.
Para estimular seu gatinho, também vale usar de recursos e outros itens que são simples para nós, mas que valem ouro no universo felino, como caixas de papelão, laser, catnip etc.
Mas fique de olho no seu bichano, pois o tédio pode ser a expressão de que algo não vai bem com ele. “Na natureza, os animais que apresentam indícios de algum problema podem ser, preferencialmente, predados. Por isso, ocultar sintomas e evitar a exposição de problemas provê maiores chances de um animal sobreviver no caso de apresentar alguma patologia. Portanto, devemos ficar atentos ao tédio, que pode ser o primeiro indício de problemas comportamentais ou mesmo de alguma outra patologia em seu estado inicial”, orienta o especialista.