Coceira, vermelhidão na pele, pele seca e escamosa, perda de pelo. Todos esses sintomas são mais comuns em cães e podem indicar dermatite alérgica. A doença é uma das principais queixas de tutores de pets em consultórios veterinários, mas existem tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida do pet.
Para começar, é importante que o tutor observe o comportamento do cão. “O padrão dos cães com dermatite alérgica é sempre o mesmo. Muita coceira e de forma contínua, lambeduras insistentes em regiões específicas e até mesmo mordidas leves nos locais irritados”, explica o médico veterinário Adelmo Guilhoto Miguel.
É muito importante identificar o que está causando a reação alérgica. Muitos casos de alergias podem estar relacionadas às plantas como grama, eucalipto e melaleuca. No entanto, o mais comum são as dermatites alérgicas causadas por ácaros de ambiente, como o ácaro do pó.
“É importante ficar sempre alerta, pois as causas da dermatite alérgica são muito variadas. Além de reações à plantas e ao ácaro, também é comum alergia a alguns tipos de alimentos, produtos de limpeza e a parasitas externos como pulgas e carrapatos” acrescenta.
Além de observar os ambientes que o cachorro costuma frequentar, existem exames eficientes que podem ajudar no diagnóstico. Atualmente, os profissionais de veterinária contam com testes alergênicos através de exames de sangue, que ajudam a identificar com precisão os agentes causadores das alergias.
Tratamento
Antes de iniciar um protocolo de tratamento, é preciso identificar a causa primária do problema. Depois de identificada, segundo Guilhoto, existem tratamentos com vacinas imunoterápicas que dessensibilizam o organismo ao alérgeno. “Essas vacinas são altamente eficientes para resolver de forma definitiva o problema”.
Enquanto a causa não é identificada, medicações com antialérgicos podem ajudar a melhorar a qualidade de vida do cão. O veterinário lembra que, por mais que os antialérgicos sejam eficientes para tratar os sintomas da dermatite, é preciso identificar a causa do problema para que não haja reincidência.
“A maioria dos pacientes responde parcialmente ao uso dos antialérgicos, mas voltam a se coçar algumas semanas após o término do tratamento. Tenho muitos pacientes que coçam por anos, mesmo com todas as tentativas de tratamentos com shampoos, medicamentos que combatem a coceira, antibióticos e antifúngicos. Isso acontece porque a causa não foi identificada e o tratamento não foi eficiente”, aponta o veterinário.
Identificar a causa também é importante para que o tutor não exponha seu pet aos alérgenos que estão causando a dermatite. “A exposição ao alérgeno sempre vai piorar o quadro, por isso é importante identificá-los através de exames. Ao saber, por exemplo, que o cão é alérgico à grama, evitar o contato com esse alérgeno vai evitar outra crise de dermatite”, conclui.