Se você tem um lagarto e suspeita que ele esteja doente, há grande probabilidade de haver um erro de manejo nos cuidados com o bichinho. Segundo Thiago Rodrigo Salvador, médico veterinário especializado em animais silvestres da Estação Zoo, cerca de 90% dos problemas que acometem os lagartos são decorrentes de erros de manejo. “Diferente dos cães e gatos, os lagartos apresentam uma gama enorme de espécies e subespécies e elas têm características e necessidades diferentes”, explica Salvador. Ter uma Iguana é diferente de ter um Teiú, por exemplo. Os lagartos se diferem em suas particularidades, no que diz respeito à temperatura, umidade, necessidade ou não de radiação UVB, docilidade, necessidade de um determinado tamanho de terrário ou dieta específica. Quando o dono não observa as especificidades, o animal é prejudicado.
Uma dica dos veterinários para evitar que o lagarto adoeça é se informar bastante sobre as particularidades da espécie antes de ter o pet. “O ideal é que a pessoa, antes de adquirir um lagarto, estude bastante sobre a espécie que pretende ter”, observa Rodrigo Ferreira, médico veterinário na ExotiCare. “Nem sempre as informações encontradas na internet são confiáveis, sendo assim, a melhor pessoa para indicar o manejo correto do seu lagarto é um veterinário especializado na área”, completa.
Quando chegam às clínicas, os lagartos doentes normalmente apresentam: hiperparatireoidismo nutricional secundário (por falta de radiação UVB e dieta pobre em cálcio); pneumonias e outras infecções (por higiene e aquecimento inadequados); disecdise, que é a dificuldade em fazer a muda de pele (secundária a doenças e também decorrente de aquecimento e umidade inadequados); e traumas.
Se o problema for erro de manejo, o bichinho deve apresentar evolução com as correções feitas a partir da orientação veterinária. Se o manejo estiver adequado e ainda assim o lagarto mostrar falta de apetite, apatia, sonolência constante, se parar de defecar, respirar com dificuldade ou com a boca aberta, é sinal de que alguma coisa errada está acontecendo. É preciso levar o bicho ao veterinário para que exames clínicos sejam feitos. Caso uma patologia secundária seja identificada, provavelmente será indicado o tratamento com antibióticos, anti-inflamatórios e fluidoterapia.
Ferreira cita alguns cuidados básicos recomendados a pessoas que têm pets exóticos: “limpeza frequente do terrário, troca diária da água e comida (quando for um animal que se alimenta diariamente) e evitar contato com outros pets que possam ser possíveis predadores, como cães e gatos. Outros cuidados devem ser observados, como a manutenção de uma fonte de aquecimento para o animal e troca anual de sua lâmpada UVB. Além disso, os bichos devem ser levados para consultas veterinárias periódicas semestrais”.
Gostou das dicas? Aproveite para ler também a respeito do comportamento de seu lagarto neste post.
Ana Carolina Barbosa