Não é somente impressão, os gatos realmente dormem muito. Mais especificamente, de 15 a 20 horas diárias. Sentiu uma invejinha? Além da aparente preguiça, os bichanos têm um bom motivo para isso: precisam economizar energia para as longas sessões de caça e perseguição. Afinal, foi pra isso que eles foram criados.
O gato doméstico é um animal crepuscular. Isto significa que é durante o anoitecer e o amanhecer que são mais ativos, obedecendo à fisiologia de um predador selvagem. E por obedecer a estes instintos, ele sabe que caçar e perseguir consome uma alta quantidade de energia: correr, saltar, escalar e espreitar presas pequenas, como pássaros e ratos ou plantas e brinquedos.
Por isso, o animal dorme de maneira que permanece, simultaneamente, o mais alerta possível, alternando ciclos de sonos mais leves e sonos profundos em REM (movimento rápido dos olhos, na sigla em inglês, mesmo processo pelo qual passam os humanos, quando sonham). É possível saber que o felino está em “modo soneca” quando suas orelhas se movem em direção a barulhos e seus olhos estão ligeiramente abertos. Até sentados de maneira ereta, eles podem entrar neste tipo de sono leve.
Mas, no entanto, mesmo como “especialistas da soneca”, os gatos podem sofrer disfunções em seu período de descanso. Problemas como a apneia do sono, acontecimento natural em um animal saudável – se durante poucos segundos – pode levar a consequências severas em um animal com excesso de peso, por exemplo. Um ronco alto pode ser um indicador. Apesar de raro, o sono repentino, ou narcolepsia, também pode acometer os felinos. Se episódios como estes forem observados no seu animal é importante levá-lo ao veterinário, pois podem indicar problemas cardíacos, epilepsia ou diabetes.
O hipertireoidismo também pode perturbar o sono dos felinos, mal que costuma acometer gatos mais velhos e de meia idade. Esta disfunção na glândula tireoide causa perda de peso, mudanças na qualidade do pelo, no apetite e na sede. Além disso, passam a miar durante a noite. Gatos de focinho achatado também podem apresentar dificuldades de respiração, como o Persa, o que pode mantê-lo acordado. Mas, de maneira geral, qualquer tipo de anormalidade na respiração do seu felino é motivo para levá-lo rapidamente ao veterinário.
Dicas para seu gato dormir bem
Como dissemos, o gato é mais ativo entre o anoitecer e o amanhecer, isto significa que ele não deve tentar acordar os outros moradores da casa durante a alta madrugada, ou fazê-lo sem querer em meio a alguma atividade felina, como perseguir inseto casa adentro, por exemplo. Porém, se isto ocorrer, é um indício de que talvez seu animal esteja passando por dificuldades para descansar de maneira apropriada.
Para os donos, é importante evitar que as eventuais brincadeiras noturnas do gato os façam levantar da cama e dar atenção ao animal. Em outras palavras, a tentativa do bichano de fazê-los acordar não pode funcionar. Ao ceder, ele sempre exigirá atenção pela madrugada afora, o que não é uma opção muito agradável. O amigo humano deve, no entanto, preocupar-se com miados e choros do animalzinho durante esse período. Ele pode estar pedindo ajuda.
Um dia ativo e repleto de estímulos também pode ajudar seu gato a dormir bem, assim como atividades físicas de maneira regular garantem um sono melhor para os humanos. Outro “truque” é oferecer a última refeição da noite perto da hora de dormir, ou tentar cansá-lo com brincadeiras e truques. Se houver condições, um segundo gato poderá, também, fazer com que o primeiro tenha horas mais intensas de brincadeiras durante seu período ideal de atividade, fazendo da casa um ambiente mais tranquilo na hora do sono pesado. Mas isso, claro, só se você tiver condições de dar uma vida feliz para dois bichanos!