Quando um filhote entra na vida da família, é fundamental que durante os quatro primeiros meses o animal seja exposto ao estímulo que terá que encarar na rotina dali para frente. Por exemplo: tutores que vivem em ruas movimentas, devem, com cuidado e carinho, expor os filhotes aos barulhos da rua. Depois das primeiras 16 semanas essa janela de aprendizado se fecha.
A explicação é da adestradora e comportamentalista canina Laís Cauner, que explica que a superproteção nesse caso pode produzir os sintomas de medo e ansiedade que muitas vezes os cães apresentam ao longo da vida.
“Ansiedade e medo aparecem porque o animal não sabe lidar com os todos os estímulos que eu tenho no meu estilo de vida. Para evitar tudo eu preciso apresentar para meu animal, de uma forma que ele sinta prazer e segurança”, afirma Laís.
Cães adultos
No caso de cães adultos que já tem traumas, a adestradora explica que os tutores devem evitar tratar o animal com pena. Isso não só não ajuda, como piora a situação de um cão mais velho que já apresenta traumas causadas seja por seres humanos ou outros cachorros.
“Se eu tiver pena desse animalzinho, eu vou contribuir para a ansiedade e medo desse animal. Porque ele não sabe o que significa essa e emoção. Na natureza essa energia de dó ou pena pode ser percebida como fraqueza pelos animais e fraqueza na natureza significa que ele pode morrer. A mãe pode matar algum filhote da ninhada se sentir que ele apresenta alguma fraqueza, para não comprometer o desenvolvimento do grupo, ou seja a mãe não sente dó e sim elimina o mais fraco. Então esse sentimento em relação aos pets é inútil e pode até ser nocivo”, afirma Laís.
A adestradora ressalta que os animais que chegam já mais velhos e com traumas, devem ser aos poucos expostos às situações cotidianas, com muita paciência, calma e amor – mas nunca o tratar com dó.
