Entenda seu pet: saiba interpretar a linguagem corporal das aves

Asas abertas, penas arrepiadas, cantos diferenciados, movimentação da cabeça… O repertório da linguagem corporal das aves é mais vasto do que imaginamos e estes são apenas alguns dos comportamentos que elas podem apresentar. Portanto, para cuidar da sua ave e manter um bom relacionamento com ela, é essencial entender estes sinais.

“Na rotina clínica observamos diferença na linguagem corporal de cada indivíduo que atendemos, porém, existem alguns comportamentos que são mais comuns entre as aves e em situações específicas, principalmente durante a contenção física e exame clínico de psitacídeos”, conta Marta Brito Guimarães, médica veterinária especializada em animais silvestres, atuante na empresa de consultoria veterinária VetWings, de São Paulo.

Natalia Philadelpho Azevedo, médica veterinária especialista em animais silvestres, também membro da equipe VetWings, explica que, no caso de psitacídeos (como papagaios, calopsitas e periquitos australianos), a linguagem corporal associada a aspectos positivos pode ser dividida em duas categorias: animais saudáveis e animais felizes com o contato com o ser humano.

Dra. Natalia ressalta que “aves saudáveis, geralmente, apresentam postura ereta, ficam no poleiro mais alto de seu ambiente, possuem penas bem organizadas e com cores vivas, olhos límpidos e bem atentos ao ambiente”. Quanto ao comportamento, ela explica que “é muito comum observar vocalização, desde piados até cantos, que podem ser voltados ao cortejo do parceiro ou à manifestação de alegria e afeto pelo proprietário. Algumas aves também podem realizar uma espécie de ‘dança’, em que se movem de um lado para o outro, movimentando as asas e/ou balançando a cabeça”, descreve a veterinária.

Nas palavras de Yamê Miniero Davies, médica veterinária especialista em animais silvestres, igualmente integrante da VetWings, “quando a ave está feliz e aceita o contato com o ser humano, ela pode apresentar o comportamento de se aproximar da pessoa, podendo ou não inclinar a cabeça para pedir carinho. Também existem aves que chegam a limpar e desfiar o cabelo de seu proprietário, como se estivessem ‘arrumando suas penas’, como sinal de afeto”, relata Dra. Yamê.

A veterinária conta também que “outro comportamento interessante de psitacídeos muito ligados ao dono é o ato de regurgitar ou ‘vomitar’ quando o dono chega perto – comportamento comum entre aves que formam um casal”. Já pensou?

De acordo com a especialista, os aspectos negativos – como dor, doença e agressividade – estão associados a outros sinais corporais. “Uma ave doente pode apresentar postura arqueada, asas pendidas, penas eriçadas, apatia, sonolência, tremores e não se movimentar na gaiola. Sinais mais graves incluem permanecer no fundo da gaiola, manter os olhos fechados ou semifechados e não responder aos estímulos do ambiente. É comum não vocalizarem mais e, se a ave for agressiva, pode tornar-se mais mansa – ou vice-versa”, explica Dra. Yamê.

A médica veterinária lembra também que “em relação à agressividade com o proprietário ou com outros animais, devemos observar sinais sutis como, por exemplo, desconforto em um ambiente, penas eriçadas, ‘rosnar’ e/ou bicar o ar em direção a pessoa que se aproxima, contração de pupilas (aumentando e diminuindo), podendo haver vocalização ou não”, informa.

É por essas e outras que a equipe de médicas veterinárias recomenda que você faça movimentos lentos, para não assustar a ave quando tentar se aproximar dela – especialmente no caso de pets desconhecidos ou recém-adquiridos. E, nunca, jamais, force o animal a fazer algo que ele não queira. As aves (principalmente os psitacídeos) são extremamente inteligentes e, por isso, não se esquecem das agressões sofridas.

 

 

 

 

Por: Paula Soncela
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