Que os animais de estimação podem ser grandes amigos das crianças, isso todo mundo sabe. Mas, além de promover a troca de carinhos, essa parceria pode ser uma grande aliada na educação dos seus filhos. Ou seja, não é só vídeo fofinho nas redes social, ter um pet pode ser um ingrediente decisivo para a educação das crianças.
“Vários estudos mostram que crianças que possuem uma boa convivência com animais de estimação podem se tornar mais afetivas, solidárias, sensíveis, desenvolvem um senso de responsabilidade e compreendem melhor o ciclo de vida-morte presente em todos os seres vivos”, explica a psicóloga Raísa Duquia Giumelli.
O resultado pode ser tão positivo para o desenvolvimento na infância que um estudo da Universidade de Cambridge concluiu que ter um cão pode ser mais vantajoso para os pequenos do que ter um irmão. Isso porque o relacionamento com animais melhora habilidades sociais e ajuda a preservar o bem-estar emocional das crianças. Ah, e os donos de cachorros se diziam mais satisfeitos do quem “dividia” os pais.
“Se a criança se sente sozinha, o que mais vai ficar marcado na relação com o animal é a companhia. Em crianças menores, o principal é a novidade, um ser vivo que age de forma diferente dela, o que condiz com sua fase de desenvolvimento, no qual ela também está se conhecendo”, explica a psicóloga.
Para os bebês, Raísa diz que a presença de um animal pode estimular o desenvolvimento psicomotor, como, por exemplo, ajudá-lo a começar a engatinhar. Nos maiores, a relação entre cães e crianças também diminui as chances de ambos serem sedentários, já que as brincadeiras exigem movimentação. Ou seja, há benefícios distintos de acordo com a idade e a personalidade da criança.
É bom saber, no entanto, que os pets não fazem todo o trabalho sozinho. “Criança aprende por modelos, imitação. Então, se a família tem uma relação de respeito, afeto e empatia com o animal de estimação, isso com certeza vai contribuir para a criança aprender a ter respeito pelo outro. Não dá para tratar mal um animal e exigir que a criança trate bem, por exemplo. Quem ensina é a família, não o cão”, destaca a Raísa.
Além disso, é importante que a família saiba que ter um animal exige cuidados específicos e a dedicação de todos. “O animal de estimação não é um brinquedo para a criança se distrair. É um ser vivo que possui necessidades fisiológicas e de afeto e companhia. Também precisa de investimentos médicos (como vacinas, vermífugos), alimentares e que se comunica latindo. Se a família está disposta e ciente de todos esses aspectos, é um grande passo”, diz a psicóloga.
Há ainda que verificar se todos podem e desejam o cão, e tenham em mente que são os adultos, e não os filhos, os responsáveis pelo animal. “A criança pode ajudar no cuidado, dividir tarefas com adultos e, com isso, desenvolver o senso de responsabilidade”, explica Raísa.