Se você acompanha a Turma da Mônica, do Maurício de Sousa, é provável que conheça o Mingau, gato de estimação da Magali. Ele representa a raça angorá, bastante difundida no Brasil.
Os angorás surgiram na Turquia e foram os primeiros gatos de pelo longo descritos na História. Ao longo dos tempos, por meio de cruzamentos, eles acabaram participando da criação de outras espécies de bichanos, como a persa.
A pelagem alongada, sedosa e delicada é uma característica marcante dos angorás. O branco é a cor mais conhecida, mas os pelos também podem ter tonalidades marrons, vermelhas ou até de lilás. Outro traço distintivo são os olhos grandes e expressivos, geralmente verdes ou azuis – ou até mesmo um de cada cor (heterocromia).
Embora o Mingau seja um personagem fictício, ele personifica a travessura típica da espécie. “O angorá é dócil, brincalhão e atencioso. Ele gosta de interagir com outros animais e com os humanos, inclusive crianças”, comenta a médica veterinária Lidia Meggiolaro, da Universo Felino, clínica especializada em gatos situada em São Paulo. Segundo ela, os animais em questão são bastante ativos, tornando importante que os tutores invistam no enriquecimento do ambiente doméstico para os bigodudos brincarem à vontade.
O angorá é um gato de porte médio, com comprimento de 40 a 45 centímetros e peso variando de 2,5 a 6 quilos. A expectativa de vida, de 12 a 18 anos, é relativamente alta em relação a outras espécies de bichanos. “No entanto, eles têm predisposição a doenças cardiovasculares e neuromusculares”, alerta a doutora Lidia. “O tutor deve levar o gatinho a visitas periódicas ao veterinário para prevenir essas e outras condições”.
Segundo a profissional, a pelagem longa torna necessária a escovação diária dos angorás. Além de evitar que os pelos se embolem, esse cuidado evita a ingestão excessiva nas lambeduras – o que pode trazer problemas de saúde ao animal. “Algumas pessoas até romantizam o vômito de bolas de pelo pelos gatinhos, mas isso não é aceitável e pode trazer problemas de saúde aos pets”, ressalta Lidia.
Outro aspecto que chama a atenção nos angorás é que eles adoram água! Mas os banhos são motivo de controvérsia. A especialista consultada por MELHORES AMIGOS não recomenda a prática, salvo em casos de indicação veterinária, pelo fato de o stress nas lavagens poder desencadear problemas de saúde.
Mas, ela reconhece, muitas pessoas ignoram os conselhos contrários e acabam submetendo os bichanos a banhos. “É preciso prestar muita atenção ao enxugamento dos pelos, que são densos. Se a secagem não for muito bem feita, os gatos da espécie podem desenvolver dermatites e outros problemas”, adverte Lidia. Nenhum tutor quer ver um felino tão brincalhão passando por maus bocados, certo?