Quais os perigos do calor para os cães?

O verão chegou! Embora esta seja a época do ano preferida de muitas pessoas, quem tem um cachorro precisa redobrar a atenção. Isso porque eles são mais sensíveis ao calor do que os humanos e podem ter hipertermia rapidamente. Por isso, é importante tomar alguns cuidados tanto dentro de casa quanto nos passeios.

Enquanto os humanos perdem calor pelo corpo todo por meio do suor, a termorregulação dos cães é feita principalmente pela respiração. “Eles possuem pouquíssimas glândulas sudoríparas, na região dos coxins, as almofadinhas das patas. Assim, eles dependem muito mais das condições do ambiente em que estão para se manterem numa temperatura adequada”, explica Mariana Paraventi, médica-veterinária e  supervisora técnica das clínicas Dra. Mei e das lojas Petland.

A exposição às altas temperaturas pode causar desidratação, exaustão e queimaduras nas patinhas se o pet pisar no asfalto quente. Em situações de calor intenso, o mecanismo de regulação da temperatura pode não ser suficiente e o pet pode chegar ao quadro de hipertermia. Nesses casos, a temperatura corporal pode ultrapassar 40°C – o normal é entre 37,5°C e 39,4°C – e afetar o funcionamento dos órgãos.

Alguns sinais podem indicar que o animal está sofrendo com o calor:

  • Aumento da temperatura corporal;
  • Frequência respiratória acelerada;
  • Diminuição da produção de urina;
  • Vômito e diarreia;
  • Salivação excessiva;
  • Tremores musculares;
  • Falta de coordenação nos movimentos, podendo chegar a convulsões;
  • Desmaio;
  • Língua e gengiva mais avermelhadas, pálidas ou arroxeadas.

 

“Ao perceber qualquer um desses sintomas, retire o cão do sol e leve-o a um local fresco ou com ar-condicionado. Ofereça água fresca em abundância e gelo e, o mais importante, leve-o imediatamente ao veterinário. Durante o transporte, utilize toalhas molhadas sobre o corpo do pet. Quanto antes o tutor reconhecer os sintomas de hipertermia, mais fácil será a recuperação”, orienta dra. Mariana.

Cuidados com os cães no calor

Vale dizer que, assim como os humanos, cada cachorro reage de uma maneira ao calor. Indivíduos das raças braquicefálicas, por exemplo (como boxers e buldogues, que possuem focinho curto), têm mais dificuldade de equilibrar a temperatura corporal, pois a anatomia do focinho dificulta a respiração, que é o principal meio de troca de calor com o ambiente.

“O sobrepeso também deve ser um ponto de atenção. Animais acima do peso ideal suportam menos as temperaturas elevadas e possuem maior tendência de apresentar problemas respiratórios e, consequentemente, dificuldade na perda de calor. O mesmo ocorre com cães idosos com alguma doença cardiorrespiratória e filhotes”, afirma a médica-veterinária.

A principal dica é manter o cachorro sempre hidratado, tanto em casa quanto nos passeios. Para isso, a água deve ser oferecida em abundância e estar sempre fresca. Atualmente, o mercado conta com bebedouros que mantêm a água fresca, como os de cerâmica, e também é possível adicionar pedras de gelo à vasilha.

O ideal é evitar caminhadas em horários de sol intenso, normalmente das 10h às 16h, optar por andar na sombra e fazer pausas sempre que necessário. Além disso, a recomendação é levar o pet para passear em locais arborizados e estar sempre atento à temperatura do asfalto para não queimar as patinhas.

A dica também é aplicar protetor solar específicos para pets, principalmente em animais com a pele clara, nas áreas mais expostas, como focinhos, orelhas, barrigas e patas. E lembre-se que os cães braquicefálicos, idosos e filhotes precisam de atenção redobrada.

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