Cães diferentes precisam de coleiras diferentes para garantir um passeio tranquilo e nenhum risco de lesões e acidentes.
Da redação
Todos que adquirem um cachorrinho têm dúvidas na hora de comprar a coleira. Na verdade, trata-se de um assunto que divide opiniões, mas observar alguns critérios iniciais é importante. “Tamanho do animal, raça, idade e a personalidade são fatores importantes ao decidir o equipamento”, explica a médica-veterinária Mayara Ramos da Silva, especialista em adestramento e comportamento animal. Mas se um cão de corrida, de caça, companhia ou de guarda talvez precisem de equipamentos diferentes, uma coisa é certa: evite o tipo “enforcador”.
“É um equipamento de treino muito específico, e se utilizado da forma errada pode causar danos sérios a longo prazo. Se houver interrupção de irrigação sanguínea no cérebro, lesões neurológicas podem surgir. Problemas cervicais e fraturas também fazem parte da lista de perigos”. Tente pensar no objetivo da coleira e o incômodo mínimo que causará ao cão. Se o seu pet não é um grande puxador, é pequeno e tem comportamento tranquilo, uma coleira peitoral simples é ideal. “A que mais indico para meus clientes é a coleira peitoral antipuxão, mas é importante ensinar o cão não puxar a guia. A peitoral antipuxão não traz riscos à saúde e não possui contraindicações. É uma boa para cães de focinho curto, ou para aqueles que não se adaptam à coleira do estilo cabresto”.
Esse último tipo é uma alternativa para cães com muita energia, e um focinho mais longo. Vale a pena quando outras coleiras não funcionaram em animais como labradores, border collies, golden retrievers, entre outros. “Com essa em mãos, é importante deixar a guia um pouco mais curta – avisa a especialista – e ter muita paciência no começo”. Além de vestir o animal no pescoço, como uma coleira comum, um segundo laço passa pelo focinho, mas sem impedir que o animal abra a boca. Por isso, ela não substitui uma focinheira, mas ao concentrar o controle da guia no focinho, o equipamento faz com que cão não consiga impedir o tutor de liderar o passeio. “No momento em que tenta puxar a guia, a cabeça é virada para o lado e ele não consegue andar para frente”.
“No início eles se sentem incomodados, mas como existe a recompensa do passeio, eles irão se adaptar. No geral, ao longo de uma semana o cão consegue ignorar a existência da coleira”. Após colocar a coleira é bom agradar muito o pet, dando petiscos e carinho, fazendo ele se distrair e tirar o foco da coleira. Pode-se colocar o equipamento várias vezes durante o dia e tirar, antes de usá-la efetivamente para dar uma volta. Assim, o cachorro se familiariza aos poucos.
Outros tipos gerais de coleira não oferecem riscos ou problemas. “Os cães costumam se adaptar rapidamente, mas qualquer tipo de adaptação pode ser feita com base em recompensas. Vista o equipamento no seu pet, e dê petiscos, carinhos e faça brincadeiras. Tire a atenção do fato de que ele está vestindo a coleira”. Isso pode ser feito também com cães que ficam muito ansiosos na hora de passear. Quando ele conseguir desassociar a coleira com o passeio, e quando você puder sair com o animal, ele deixará a casa com uma energia mais calma, o que ajuda a diminuir os puxões.
Nunca é demais ressaltar: consulte sempre um profissional. Somente alguém preparado pode ajudar na melhor escolha para você e seu cão, além de poder instruir no uso de equipamentos.