Locais pet friendly são tendência na hora do lazer; veja cuidados necessários

Os pets estão cada vez mais inseridos na rotina dos tutores e são considerados membros da família – tanto que o conceito de “família multiespécie” tem ganhado espaço. Não à toa, as pessoas desejam que seus bichinhos de estimação as acompanhe em diversas atividades, inclusive no escritório, em restaurantes e nas viagens a lazer.

Mais do que aceitar tutores e seus bichinhos, os estabelecimentos estão criando espaços voltados para a diversão e o bem-estar do público de quatro patas. Hoje, shoppings estão disponibilizando áreas com opções de recreação para os pets, os chamados pet park ou pet place, além de espaços onde os tutores podem fazer a refeição na companhia do animal, que não são permitidos nas praças de alimentação.

A lei não permite que os animais fiquem nas áreas onde alimentos são preparados. Contudo, muitos bares e restaurantes aceitam famílias multiespécie em espaços longe da cozinha e na área externa. Ou seja: o pet também pode acompanhar os tutores no almoço do domingo e no happy hour.

E as viagens não ficam de fora. Uma pesquisa de 2022 da Booking.com mostrou que o destino de férias ser pet friendly é um diferencial para quase metade (46%) dos brasileiros. Além disso, 43% consideram levar seu animal de estimação na próxima viagem e, naquele ano, ao menos um quarto pretendia viajar na companhia do pet.

Inclusive, o Brasil é o segundo país em número de acomodações que aceitam pets, representando 42% do total de locais oferecidos no Airbnb, segundo dados de 2023. 

Cuidados ao frequentar espaços pet friendly

A oportunidade de encontrar outros animais e socializar podem ser benéficas para a saúde do pet, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades sociais e a redução do estresse. Porém, é fundamental tomar alguns cuidados para garantir o bem-estar do seu melhor amigo nesses ambientes.

“A crescente presença de ambientes pet friendly oferece aos tutores a oportunidade de incluir seus animais de estimação em diversas atividades sociais. No entanto, é fundamental avaliar se essas experiências são benéficas para o bem-estar dos animais”, afirma Rana Rached, gestora do curso de medicina veterinária da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul).

A médica-veterinária destaca que o primeiro passo é conhecer o temperamento do animal, pois nem todos sentem-se confortáveis em ambientes movimentados. “Se ele demonstrar sinais de estresse, ansiedade ou desconforto, considere retornar em outro momento ou buscar ambientes mais tranquilos. Além disso, ele deve ser sociável com humanos e outros animais”, explica.

As vacinas e os check-ups no veterinário devem estar sempre em dia. O uso de peitoral, guia e coleira com identificação a todo momento é imprescindível para a segurança do pet. 

Se possível, é importante conhecer o estabelecimento com antecedência para saber se há riscos e se o local está pronto para receber animais.

Como preparar um estabelecimento pet friendly

Os estabelecimentos que desejam se tornar pet friendly precisam, primeiramente, checar se a legislação municipal permite, já que cada cidade pode determinar regras específicas para cada setor da economia – por exemplo, algumas podem obrigar o uso da focinheira ou permitir pets apenas em áreas externas mesmo quando não há preparo de alimentos.

“As regras para os pets frequentarem o local devem ser claras. Estabeleça e comunique as diretrizes sobre o comportamento esperado dos animais e as responsabilidades dos tutores, como o uso de coleiras e a supervisão constante do pet”, orienta a médica-veterinária.

Outra recomendação é que a área pet friendly seja delimitada para evitar que os bichinhos não incomodem pessoas que estejam sem pets, que não gostem deles por perto ou até mesmo outros animais que, eventualmente, não queiram socializar naquele momento.

“Esses espaços devem ser bem sinalizados, com piso antiderrapante e lavável. É fundamental oferecer saquinhos para a coleta de dejetos e lixeiras apropriadas, além de realizar a limpeza frequente da área, garantindo um ambiente saudável e agradável para todos”, detalha Rana Rached, da USCS. 

Outras comodidades também ajudam a tornar o ambiente mais acolhedor, como disponibilizar água fresca, local para descanso, e ganchos ou estruturas para prender as coleiras, assegurando a segurança do pet e das pessoas. 

 

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