Você já ouviu falar sobre esporotricose? Apesar de parecer um palavrão, essa doença fúngica pode afetar nossos queridos gatos, e quando não diagnosticada precocemente pode agravar os sintomas.
Para entender melhor sobre essa condição, seus sintomas e cuidados, conversamos com a Doutora Vanessa Zimbres, médica-veterinária especializada em medicina felina, da clínica Gato é Gente Boa em Itu, SP. Confira as dicas a seguir:
A esporotricose é uma doença causada por fungos, e que afeta as camadas mais profundas da pele.
No começo, surgem carocinhos ou bolinhas que não desaparecem e não melhoram mesmo com os tratamentos habituais para problemas mais simples na derme.
Se a situação piorar, esses ferimentos podem se transformar em úlceras com uma aparência de caroços mais evidentes, e que podem ser confundidos até mesmo com feridas semelhantes àquelas do câncer de pele, ou seja, que não cicatrizam.
De acordo com Zimbres, a doença pode se disseminar para outros locais do organismo do animal e destruir uma extensa área de tecidos da pele, músculos e até ossos. São feridas que sangram com facilidade expondo o animal a outras infecções, e pode evoluir para falta de apetite, levando o paciente a quadros de caquexia, ou seja, perda de tecido adiposo e músculo, resultando no óbito do pet.
Cuidados
Para o bichinho contrair a doença, o fungo precisa entrar no corpo dele pelas camadas mais fundas da pele, geralmente por um corte ou arranhão. “Esses fungos que causam a doença são encontrados em matérias orgânicas em decomposição, como madeira, folhas, espinhos e até na terra. Se o gatinho fica sempre em casa e nunca passeia em lugares onde pode haver esse fungo, não é preciso se preocupar com a doença, mas sabemos que isso, para um gato, é quase impossível, então como prevenção, tente evitar que ele tenha contato com esse tipo de material. O importante é esclarecer que apesar de mais raro, pessoas, especialmente as que fazem jardinagem, e outros animais podem contrair a doença da mesma forma mesmo sem ter contato com o gato” alerta a especialista.
O gatinho que tem essa doença costuma apresentar uma aparência extremamente frágil.
- O tratamento consiste em antifúngicos de ação sistêmica, que geralmente tem alguns meses de duração, dependendo da gravidade e extensão das lesões. Mesmo após a aparente cura, ainda é preciso continuar o tratamento por mais um tempo para garantir que o animal está realmente curado.
- Para o cuidado do animal em casa, é muito importante limpar tudo direitinho e esterilizar os objetos usados pelo pet.
- Também é fundamental o uso de luvas ao manusear o felino e, se possível, mantê-lo num lugar separado dos demais animais saudáveis que houver em casa, principalmente se ele ainda tiver feridas abertas, isso impede a proliferação da doença e contágio.
- Não esqueça de cortar as unhas do seu gatinho para evitar que ele se machuque e prevenir a contaminação dele e de outros animais, mesmo que ele não arranhe por agressividade.
- Durante o tratamento, é indispensável o acompanhamento de um médico-veterinário e, se não houver uma melhora, a dose do medicamento pode precisar de ajuste ou até mesmo ser combinada com outros remédios. Esses ajustes devem ser apontados somente por um profissional de saúde animal. Jamais medique ou altere a dosagem do animal por conta própria.
De acordo com a médica-veterinária Vanessa Zimbres, se o pet apresentar piora depois de começar o tratamento, é importante rever todo o diagnóstico e tratamento com o especialista, pois esse acompanhamento é fundamental para garantir que tudo esteja sendo feito da forma correta, já que as chances de cura são altas, chegando a até 90% dos casos.
É importante lembrar: a esporotricose tem cura e não é motivo para considerar a eutanásia do animal.
Além disso, nunca abandone seu bichinho, pois além de contribuir para a proliferação da doença, o seu animalzinho não merece ficar sozinho nesse momento em que ele mais precisa de ajuda. Com um pouco de atenção, cuidado e paciência, seu gato pode se recuperar e voltar a ser saudável e feliz!