A Terapia Assistida por Animais (TAA) é bastante conhecida por mostrar ser eficiente no tratamento de vários distúrbios psíquicos e motores dos seres humanos. Os animais mais comuns para isso geralmente são cães e gatos, ou mesmo cavalos (equoterapia). A princípio, qualquer animal preparado por um profissional pode participar de uma TAA, incluindo os coelhos, de acordo com Gustavo Bauer, médico-veterinário de animais selvagens, da Amazoo Pets.
Esses seres graciosos, felpudos, dentuços e comedores de cenoura trazem várias características que ajudam muito nas terapias com humanos, principalmente com idosos. Bauer ressalta que, antes de mais nada, os coelhos, assim como outros animais usados para esse fim, precisam ser bem escolhidos e preparados por um profissional especializado. Esse processo se chama dessensibilização, ou seja, o animal não pode ter nenhum comportamento agressivo ou de medo que prejudique o trabalho terapêutico.
Os benefícios causados pela TAA com coelhos são inúmeros, destaca Bauer, como a socialização entre grupos de idosos, melhoria em atividades de cognição, como a memória, mudança de comportamentos prejudiciais, auxílio nos estímulos sensoriais, entre outros.
Duas das práticas destacadas por Bauer são a mudança de comportamento em relação à higiene pessoal e o treinamento da memória. No primeiro caso, em uma casa de repouso que adotou a TAA, alguns idosos passaram a se recusar a cortar as unhas, escovar os dentes, pentear os cabelos entre outros cuidados. Os coelhos foram levados ao local para que os idosos, incentivados pelos terapeutas, pudessem realizar esses cuidados nos animais, com instruções sobre a importância da higiene pessoal. Esse trabalho se estendia dias depois com as psicólogas da casa, já sem os animais, acompanhando o resultado proporcionado pela visita anterior dos coelhinhos.
No segundo, por meio de uma “caixa tátil”, os idosos são convidados a tatear o seu conteúdo (sem vê-lo) para lembrar das sensações posteriormente. Primeiro, os terapeutas colocam um coelho dentro da caixa para os idosos sentirem a textura, o formato, a temperatura, etc. No dia seguinte, o conteúdo é trocado por um chumaço de algodão ou escova de cabelo e pede-se que se faça a relação entre as sensações, incentivando-os a lembrar e comparar as diferenças.