As iguanas são animais encantadores, por isso, é a escolha de muitas pessoas que desejam ter um pet. No entanto, trata-se de um réptil e requer cuidados específicos para garantir a saúde e o bem-estar no ambiente caseiro.
Além disso, é um animal silvestre, ou seja, só pode ser adquirido de criadouros legalizados pelo órgão ambiental.
O médico-veterinário Diego Muniz, doutor em anatomia dos animais domésticos e silvestres e docente do curso de Medicina Veterinária da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), explica que uma das principais necessidades da espécie é ter uma fonte de calor externa para manter a temperatura do corpo ideal para o bom funcionamento do metabolismo.
“É importante ter pedras ou troncos de aquecimento, próprios para cativeiros de répteis, no recinto. Outra fonte de calor importante são as lâmpadas de aquecimento, como as de cerâmica. Iguanas são répteis diurnos e as lâmpadas que emitem raios UVB e UVA são de suma importância para a saúde. Também é importante que tenha um local onde o animal consiga entrar na água para se refrescar e manter a umidade adequada do recinto”.
As lâmpadas precisam ficar acesas por 12 horas diárias e possuem validade. Então, mesmo que não estejam queimadas, precisam ser descartadas de acordo com a data informada pelo fabricante. Outra recomendação é que o terrário tenha galhos e troncos que possam ser escalados, já que se trata de uma espécie arborícola.
Cuidados com a alimentação e a saúde
As iguanas são herbívoras. Isso significa que a dieta deve ser composta por verduras, legumes e poucas frutas. “Os filhotes precisam ser alimentados diariamente e, conforme forem crescendo, a alimentação deve ir diminuindo, chegando a apenas algumas refeições na semana”, orienta Muniz.
O especialista explica os principais problemas de saúde da espécie, quando mantidas como pet, são relacionados a erros de manejo. Portanto, é indispensável consultar um médico-veterinário especialista em répteis para orientar sobre a melhor maneira de preparar o ambiente, a alimentação e os demais cuidados com a saúde do animal em casa. Também é importante que o terrário seja mantido em ótimas condições de higiene.
Tamanho e comportamento das iguanas
Os indivíduos dessa espécie vivem aproximadamente 15 anos. Embora sejam filhotes pequenos, eles crescem bastante e podem chegar a 1,80 m, sendo que a cauda pode representar dois terços do tamanho do animal. Normalmente, os machos são maiores e mais pesados, podendo chegar a 4 kg na fase adulta.
As iguanas costumam ser ariscas, principalmente enquanto são filhotes. Por isso, é essencial respeitar os limites do animal e, caso tenha crianças na família, supervisionar todas as interações para garantir o bem-estar de todos os envolvidos e evitar acidentes.
“Não são animais sociáveis com humanos, o que faz com que, muitas vezes, a criança ou até mesmo o adulto perca o interesse pelo pet, negligenciando sua criação. É importante se informar com um médico-veterinário ou em fontes legais antes de decidir cuidar de qualquer animal”, alerta Muniz.
O que diz a lei
No Brasil, é crime ambiental manter animais silvestres ou exóticos como pet, à exceção daqueles adquiridos em criadouros legalizados pelo órgão ambiental. Atualmente, cada estado possui as próprias leis ambientais. Em São Paulo, por exemplo, tanto a comercialização quanto a manutenção de iguanas em cativeiro são proibidas.
Caso a pessoa more em um estado onde é permitido ter um indivíduo dessa espécie como pet, é preciso verificar se o criador tem a Autorização de Uso e Manejo de Fauna e atende às exigências do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente). Uma obrigação é o fornecimento de nota fiscal e manual de criação da espécie.
“A nota fiscal deve ser sempre levada pelo dono quando for transportar o animal para qualquer lugar, até mesmo consultas veterinárias. Além disso, é preciso estar atento porque muitos criadores se dizem legalizados, mas não são”, alerta Muniz.
As iguanas são nativas das regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil. Logo, é considerada uma espécie exótica em outras partes do país e introduzir esses animais na natureza pode causar sérios problemas para a fauna nativa. Por isso é crime ambiental ter um animal desse em vários estados, já que pode representar um risco à biodiversidade local em caso de fugas.