Não há dúvidas de que os pets são uma ótima companhia. Mas eles podem desempenhar uma função ainda mais importante para aqueles que moram só, ou para casais que, após os filhos adultos saírem de casa, sofrem da “síndrome do ninho vazio”.
“A solidão nos dá um sentimento de vazio muito grande. Esse estado leva o indivíduo ao isolamento social, fato que não é próprio do ser humano, e que pode gerar muito distúrbios emocionais e físicos”, comenta Silvana Fedeli Prado, psicanalista e superintendente da ONG Patas Therapeutas.
Ela explica que cada indivíduo é uma estrutura única, e que lida com as emoções conforme sua capacidade mental de reações diante dos acontecimentos em relação ao que lhe acontece, seja intrínseco ou extrínseco. “Nesse cenário, o animal entra como um facilitar para a reentrada da pessoa em um relacionamento, primeiramente humano-animal e depois abrindo caminho para o social”.
Com o contato junto ao animal de estimação, a vida do indivíduo passa a ter um sentido maior. “Precisa cuidar deste outro, das suas necessidades físicas (alimentação, higiene, etc.) e as emocionais, com as trocas de afeições e carinhos. O animal surge como um facilitador para o aumento da afetividade, autoestima, comunicação, socialização, e ao mesmo tempo que são liberados neurotransmissores e hormônios que ajudaram na promoção do bem-estar, como a endorfina, dopamina, oxitocina e a diminuição cortisol, hormônio do estresse”.
Para além da solidão dentro das casas, os animais podem ajudar em instituições de saúde, como hospitais, centros de tratamento e casas de repouso.
“Dentro de instituições este quadro é ainda mais intenso, pois em muitos casos, vem acompanhado de alguma doença ou outro quadro clínico, o que segrega ainda mais a vida destas pessoas. É aí que entram as Intervenções Assistidas por Animais (IAA). Mas neste caso, utilizamos animais treinados para estas atividades, resgatando o mundo externo para estas pessoas institucionalizadas. Os benefícios são iguais àqueles que recebemos quando temos um animal em casa, mas de uma forma ainda mais alentadora.
Além dos cães, pets mais utilizados, a Patas Therapeutas também utiliza gatos, e até um furão e dois ratos twister. “Estes animais precisam estar preparados no seu comportamento e saúde. É necessário que sejam animais afetivos, sociais, adestrados, dessensibilizados, equilibrados, além de sua saúde em dia, por meio de vacinas, parasitológicos, exames”.