1 em cada 4 cães tem fraturas dentárias por mastigar produtos duros, aponta pesquisa; saiba como identificar problema

Um estudo recente realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia (EUA) aponta que 27% dos cachorros têm fraturas dentárias, o equivalente a um em cada quatro animais. Apesar disso, metade dos tutores não consegue identificar esse problema, aponta o estudo.

O levantamento científico, que teve apoio da Mars Petcare, mostra que essas fraturas ocorrem geralmente em dentes funcionalmente importantes, e esses episódios estão relacionados aos brinquedos e aos petiscos oferecidos pelos tutores.

De acordo com Marie-Louise Bennett, gerente de Comunicações Científicas da Mars Petcare, apesar de a mastigação ser inerente à espécie canina, os dentes dos cachorros não são indestrutíveis. “O esmalte de um dente canino é seis vezes mais fino que o de um humano e os nervos estão mais próximos à superfície, causando maior sensibilidade”, explica.

Além disso, afirma a especialista, lascas e fraturas nos dentes dos cães são diferentes das humanas, podendo causar, aos bichinhos, dor extrema, infecção e diminuição do apetite, devido exatamente a essa exposição maior dos nervos dos dentes nos animais.

A grande dica para os tutores, segundo Marie-Louise, é não dar nada para um cão mastigar que não possa ser amassado com a unha, ou que não dobre ou quebre na boca do cão, quando em contato com os dentes. “Atualmente, não existe nada nas embalagens que ajude a diferenciar brinquedos e mastigadores que sejam ou não seguros. Esperamos que haja essa identificação em breve e estamos trabalhando com as autoridades de alimentos para pets para ver se isso é possível.”

Outra dica é ficar de olho na mastigação dos bichinhos. “Tutores devem ficar atentos ao que o cão mastiga, principalmente itens que ele encontra e coloca na boca por curiosidade, como pedrinhas da rua ou gravetos no parque. É preciso desencorajar esse tipo de comportamento”, diz a profissional.

Detecção e socorro

Para identificar eventual fratura dentária, o tutor pode procurar por bordas irregulares ou afiadas nos dentes, ou tentar detectar se há algum ponto escuro ou vermelho entre os dentes, explica a profissional, pois é provável que o esmalte do dente tenha sofrido uma fratura, expondo o nervo e os vasos sanguíneos. “É uma condição muito dolorosa e o cão deve ir a um veterinário assim que possível”, afirma.

Ao detectar o problema, porém, o tutor não deve mexer mais no local. “Nenhum cuidado de primeiros socorros é possível nesses casos. O cão deve ser avaliado por um veterinário, que determinará se o dente deve ser extraído ou se pode ser salvo através de um procedimento de tratamento de canal”, diz a especialista.

 

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