Como os cães podem ajudar em terapias?

Segundo o INPA (Instituto de Psicologia Aplicada), a terapia é uma forma de tratamento que visa aliviar o estresse emocional, identificar as causas dos problemas de saúde mental e física e auxiliar o paciente a descobrir novas formas de lidar com as questões da vida. Logo, a “cãoterapia”, como o nome sugere, é este tratamento com o auxílio de cães.

Dentre os benefícios desse tipo de terapia assistida por animais (TAA) estão a diminuição da ansiedade, pressão arterial, depressão, percepção de dor, além da melhora na motricidade e ⁠aumento da frequência cardíaca. Em relação à saúde emocional, os benefícios observados são a ludicidade (cria possibilidades de brincadeiras), melhora da autoestima, ajuda a entrar em contato com a realidade, melhora em quadros de agressividade, a socialização e aumento da aceitação em participar das atividades.

“Os benefícios das intervenções assistidas com animais estão fundamentados por conhecimento científico. Pesquisas científicas apontam para essas alterações fisiológicas, de humor e de cognição, como melhora no foco, na memória, na leitura, na comunicação e na motivação para aprendizagem”, afirma Patrícia Possa, educadora e comportamentalista de cães.

Possa atua desde 2009 na Cão Terapeuta, uma OSC (Organização da Sociedade Civil) independente fundada por adestradores e comportamentalistas de cães, majoritariamente com formações acadêmicas em psicologia e veterinária.

Recomendações

Para quem deseja atuar neste segmento, utilizando seu próprio pet, Possa recomenda que a pessoa tenha disponibilidade emocional, paciência e perseverança. Geralmente, as visitas assistidas são em hospitais e o público são crianças e idosos. Aliado a isso, ele ressalta a importância de respeitar a personalidade e as vontades do pet.

“É preciso ter muito respeito com o seu cão. Não pode obrigá-lo a fazer isso, simplesmente porque deseja realizar este trabalho. Isso é essencial. A primeira atitude é observar o seu cão:  você realmente acha que ele tem perfil? Existem cães que são muito sociáveis com as pessoas da família, com as pessoas da casa, mas não com estranhos, né? Ou por exemplo, cães que são muito sossegados em casa, inclusive com estranhos, mas na rua ele tem medo de guarda-chuva, sacolas voando, buzinas… Então, como ele vai lidar com uma cadeira de rodas, por exemplo. Como ele ficará em um ambiente estranho com pessoas estranhas?”, indaga Possa.

Se você constatar que seu pet tem o perfil ideal para assistir pessoas, outra recomendação é procurar uma instituição séria, que apoie e respeite você, seu tempo e, claro, seu cachorro. Fique atento ao limite do seu pet. Ao perceber sinais de desconforto, não obrigue seu cão a continuar ou fazer o trabalho. Isso é essencial para que as visitas sejam legais para todos os envolvidos.

Para os interessados, a educadora e comportamentalista de cães acha legal escolher um filhote que já tenha um perfil mais sociável.

Dessa forma, o treinamento de sociabilização será feito desde cedo. É importante que o cachorro não fique sujeito a situações desconfortáveis e que gerem medo. O filhote precisa crescer com uma personalidade segura e respeitosa. Esses ensinamentos moldam a interação e convivência dos cães, pois eles têm grande tendência de replicar isso nas suas relações com outros animais e seres humanos.

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