Limpar as orelhas do pet periodicamente é importante para evitar inflamações e, consequentemente, dores e desconfortos. O ideal é que o cão seja acostumado desde filhote a passar pelo procedimento, mas caso ele chegue à família adulto, é possível habituá-lo gradualmente. É essencial que a limpeza não seja feita a força para não machucar ou traumatizar o animal.
“O acúmulo de cerúmen, a cera, no conduto auditivo é algo comum e pode gerar inflamações nos ouvidos e causar muita dor. A rotina é de extrema importância, pois o animal acaba se acostumando com o procedimento, facilitando o manuseio”, explica Danieli Perez Fernandes, médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), do Grupo UniEduK.
A recomendação é que a limpeza seja feita a cada quinze dias ou semanalmente no caso de cães com orelhas caídas, como o cocker e weimaraner, pois a anatomia impede a ventilação no conduto auditivo. O procedimento deve ser realizado apenas na parte visível e alcançável da orelha para que não haja risco de perfuração do tímpano.
“Para iniciar, deve-se deixar o animal em uma posição confortável. Para cães menores, o ideal é que ele fique deitado, e para os maiores, simplesmente apoiar a cabeça. É importante utilizar um produto ceruminolítico ou soro fisiológico para fazer com que o cerúmen fique mais fácil de ser removido. Depois, coloque o algodão na ponta do dedo e passe pela orelha do cachorro, bem como dentro do conduto auditivo. O processo deve ser repetido nas duas orelhas até que o algodão saia limpo”, orienta a médica-veterinária.
Prevenção de inflamações
A higienização periódica e correta das orelhas evita a otite, que é a inflamação do conduto auditivo. Embora seja mais frequente nos cães, o problema também pode afetar os gatos. Algumas raças, a exemplo de dachshund, poodle, cocker spaniel, shih-tzu e labrador, têm mais predisposição devido às orelhas pendulares, que facilitam o aumento de umidade e temperatura na região.
Os animais com muitas pregas cutâneas e excesso de pelos no canal auditivo também estão mais suscetíveis às inflamações do ouvido, portanto, o cuidado deve ser redobrado. Nestes casos específicos, o médico-veterinário pode indicar os intervalos entre as limpezas de acordo com cada paciente.
“O surgimento da otite também está relacionado a outros fatores, como acúmulo de água após o banho, alergias, doenças imunológicas, umidade excessiva, parasitas e problemas crônicos de pele”, lembra Danieli, do Grupo UniEduK.