De forma geral, aves são uma boa opção de animais de estimação para quem não tem tempo ou disposição para passear com cães, ou é alérgico a gatos, por exemplo. Também podem ser preferência de quem não tem muito espaço dentro de casa. Mas, apesar de muitos desses pets serem naturais da fauna brasileira, é preciso obtê-los dentro da legalidade, porque isso garante não apenas um exemplar de boa saúde, mas também rechaça o tráfico de animais. Já no caso de aves exóticas, ou seja, que não são naturais da fauna do País, o comércio ilegal e o contrabando, além de predatórios, podem causar efeitos negativos nos ecossistemas brasileiros.
“Sempre procure por estabelecimentos que possam emitir nota fiscal e que sejam idôneos, oferecendo às aves boas condições sanitárias. Se você tem dúvidas, entre no site do Ibama, ou peça indicação a um veterinário”, explica a médica-veterinária especializada em animais silvestres Erica Couto, da Clínica Tukan. Também é possível checar informações nas páginas das secretarias do Meio Ambiente de cada estado do Brasil. O Ibama possui, por exemplo, o cadastro dos criadouros legais. Por isso, vale a pena checar as informações antes de efetuar a compra; basta informar o CNPJ do estabelecimento.
“Em bons criadouros, geralmente, as aves devem estar alertas e ativas, com penas bonitas. Na hora de comprar, a idade ideal é a do desmame, ou seja, quando a ave não estiver mais comendo papinha, que é a fase onde mais problemas podem surgir”. Uma vez em seu novo ambiente, ofereça ao animal rações extrusadas de boa qualidade. “São os alimentos mais apropriados pois são balanceados, e possuem todo os ingredientes necessários ao animal”.
Para a veterinária, outra atividade que merece atenção é a doação de animais. “Não aceite o ‘papagaio do vizinho’, sem saber a procedência, pois, caso seja uma ave adquirida ilegalmente, você estará cometendo crime ambiental e pode responder a um processo”. Animais nessas condições devem ser entregues voluntariamente para os órgãos habilitados. Caso a situação do animal seja regular, é feita a transferência de posse por meio de um documento em cartório.
Apenas mais um cuidado é necessário: ter tempo e disponibilidade, já que alguns desses pets têm uma expectativa de vida muito maior do que a de um cão, por exemplo. “Tive um paciente-ave de 63 anos, mais velho do que muita gente”, relata Erica. Calopsitas, por exemplo, vivem em média 12 anos. Jandaias, 20 anos. Papagaios e araras podem viver de 60 a 80 anos. Sem exagero, são amigos para a vida toda!