Com cuidados básicos, gatos podem conviver bem

 

Mas, entre as precauções, está a castração. O procedimento evita MUITO das brigas de território!

 

Tradicionalmente os felinos são animais solitários e territoriais, com exceção dos leões, únicos felinos que vivem em sociedade, mas que ainda assim são extremamente territoriais.

Mas e quando o assunto são nossos gatos, que criamos dentro de casa? “Ainda não sabemos dizer o quão ele é. Consideramos muito do seu comportamento o resultado da personalidade de um pequeno caçador, e podemos considerá-lo um animal semissocial” – quem explica o assunto é a médica-veterinária Vanessa Zimbres, da Clínica Gato é Gente Boa, de Itu (SP).

Na verdade, a possibilidade de convívio é medida pela disponibilidade de alimento e espaço físico principalmente. Então como introduzir um novo felino no ambiente de um animal que já mora dentro de casa?

Primeiramente o gato que já está dentro de casa deve estar castrado. Isso já diminui os instintos territoriais em boa parte.  Além disso, o gato não deve sentir que está dividindo seus recursos com o novo gato, ou seja: deve haver uma vasilha de ração, água, caixa de areia e espaço físico suficiente para todos. “Até mesmo a atenção que o tutor oferece ao primeiro morador não deve mudar. Do contrário, qualquer coisa que faça com que felino saia da rotina pode ser suficiente para causar estresse, e rejeição ao novo morador”, aconselha Vanessa. A apresentação entre esses gatos deve ser gradativa, sempre aos poucos e ao longo dos dias. O comportamento deve ser observado e modulado à medida que eles se aproximam de forma amiga ou hostil.

 

Onde geralmente dá briga?

Os conflitos costumam acontecer nas áreas comuns. A maioria dos tutores coloca os comedouros, fonte de água e caminhas muito próximos uns aos outros. Isso pode não dar certo. Cada gato escolhe um local da casa no qual se sente mais seguro para descansar, e define essa área como seu território. Quando precisam se deslocar e se encontram “nos corredores”, as brigas acontecem. Se não houver espaço para todos, também haverá disputa.

“Não interfira fisicamente nas brigas, pois existe risco grande de você, como tutor, também levar arranhões e mordeduras. Devemos desviar a atenção dos briguentos fazendo barulho, por exemplo. Mas, muito cuidado para não exagerar e assustar os gatos de forma séria, desencadeando outros problemas comportamentais!”

Lembre-se que você não precisa fazer com que os gatos se tornem melhores amigos, e sim que haja convivência tranquila. Mas, a veterinária reforça: a castração é o primeiro passo, e muito importante. “Muitos problemas relacionados à territorialidade só conseguimos manejar após o procedimento cirúrgico. Costumo brincar que não podemos fazer nada contra hormônios aliados a instintos”.

 

Convívio com outros amigos

Em relação ao convívio com outros animais, também é possível obtê-lo. E, como todo processo de aprendizado, ele deve ser trabalhado aos poucos. Se a amizade pretendida for com cães, comece por eles, já que são mais fáceis de se adestrar. “É mais fácil ensinar o cão a respeitar o gato.  Da mesma forma que um novo gato não pode fazer com que o antigo se sinta de lado, o mesmo se deve fazer com o cão. Na verdade, pela própria natureza mais carente dos cachorros, é possível que o gato sinta ciúmes. Devemos ensinar ao cão que o gato também é da família, e que não deve ser agredido”.

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