Hiperadrenocorticismo em cães: o que é, sintomas e tratamento

O hiperadrenocorticismo é uma doença endócrina, ou seja, está ligada ao mau funcionamento de glândulas que produzem hormônios. 

Em uma situação de estresse e/ou perigo, tanto humanos quanto cães, liberam por meio da glândula hipófise os glicocorticóides até as glândulas adrenais, que liberam hormônios cortisol e adrenalina para o organismo.

O cortisol estimula o fígado a jogar glicose no sangue, para dar energia ao corpo, e a adrenalina vai ativar a parte muscular para situações de luta ou fuga.

“Após a descarga de cortisol e adrenalina e o fim da situação de estresse, os corticoides retornam até o cérebro e dão um feedback negativo, ou seja, o estímulo às adrenais cessa, pois já está em nível suficiente.

O hiperadrenocorticismo ocorre quando essa atividade não está mais ligada à situações de estresse, seja por uma doença ou condição existente na hipófise, como tumor, em que a glândula não responde mais ao feedback negativo, então, o cortisol não para de ser jogado no sangue”, explica o médico veterinário, Carlos Danilo Antoniolli.

Tumores nas adrenais também podem causar a doença, uma vez que as glândulas não respondem mais aos comandos da hipófise. O excesso de cortisol no sangue prejudica a produção e a captação de proteína pelas células, isso gera a perda de massa muscular e aumento do fígado, das vísceras, deixando o abdômen do cão abaulado e não há crescimento de novos pelos. Como resposta, o pet começa a beber mais água e, consequentemente, a urinar mais, comer mais.

“Se a causa da doença for a hipófise, existe tratamento por meio de medicação que inibe a produção do cortisol. Caso seja um tumor em uma glândula adrenal, o tratamento é a retirada dela por meio de cirurgia”, afirma Antoniolli.

O médico-veterinário destaca que a doença costuma estar relacionada à pouca variabilidade genética, ou seja, cães com parentesco próximo sendo acasalados e acabam passando essa condição aos descendentes. É uma doença grave se não for controlada logo, pois pode induzir outras doenças como insuficiência renal e diabetes.

A doença é mais comum em cães de pequeno porte, como poodles, terieres e yorks, mas não é exclusiva deles. Todas as raças podem vir a desenvolver o hiperadrenocorticismo.

“Não há como fazer o diagnóstico antes dos sintomas aparecerem, a não ser que o dono do pet solicite o exame específico para identificar se o cão tem ou não a doença”, encerra Antoniolli.

 

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