A panleucopenia felina é considerada um dos distúrbios gastrointestinais mais fatais para os gatos, apresentando uma taxa de mortalidade de aproximadamente 80% dos indivíduos contaminados – sobretudo os jovens, com menos de um ano, que não foram vacinados.
Para ajudar os tutores a combater essa doença mortal, causada por um vírus extremamente resistente, o Portal Melhores Amigos entrevistou as médicas veterinárias Stella da Fonseca Rosa e Fernanda Costa de Mattos, analistas técnicas da Ourofino Saúde Animal.
“É uma doença que se manifesta, em geral, quando existem aglomerados de felinos, por exemplo, em exposições de animais, gatis ou mesmo parques zoológicos. É causada por um vírus facilmente transmissível, denominado Parvovírus felino”, explica Stella.
Ainda segundo a analista técnica, o vírus é altamente contagioso e muito resistente, capaz de se dispersar por todo o ambiente onde se encontra o felino contaminado. “A transmissão é feita, em geral, por inalação de gotas de secreções infectadas suspensas no próprio ambiente e também por ingestão oral”, ensina a veterinária.
“Outras formas descritas de contágio são brigas (mordidas), contato direto com gatos contaminados/doentes, alimentos ou água contaminada, contato com fezes, urina, vômito ou saliva, e ectoparasitas, como pulgas e carrapatos. A doença não é transmissível ao homem nem a outros animais de estimação”, acrescenta Fernanda.
Sintomas
Os sintomas variam, podendo ocorrer de forma assintomática, bem como levar a casos de morte súbita. Fernanda orienta que “as manifestações mais comuns da doença são depressão, falta de apetite, febre entre 40° C e 41,5° C, vômitos, desidratação e diarreia fétida (intensa e constante). Além de o gato apresentar o abdômen bastante sensível ao toque, devido à presença de gastroenterite”.
A doença leva esse nome porque uma de suas características principais é a leucopenia (termo médico que significa queda de leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, células do sangue que ajudam o organismo no combate a doenças).
A vacinação é a melhor forma de prevenir a panleucopenia felina, afirmam as profissionais. Os filhotes devem ser vacinados a partir do segundo mês de vida, com reforço após um mês. Os gatos adultos devem receber a vacina anualmente, no entanto, é importante seguir o protocolo indicado pelo médico veterinário.
Outra dica importante: ao menor sinal de sintoma, procure o médico veterinário. “Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, maior será a probabilidade de cura da doença”, afirma Stella. “Quando não tratado convenientemente ou tardiamente, em geral o animal enfermo morre de forma repentina ou após poucos dias dos primeiros sintomas”, complementa Fernanda.