Mudar a dieta é essencial no tratamento de doenças cardiovasculares em gatos

Uma alimentação saudável é o caminho para o bem-estar e a saúde de qualquer animal de estimação. Quando o assunto são doenças cardiovasculares em gatos, porém, os tutores devem redobrar a atenção devido a características específicas desses felinos.

Animais de estimação também têm problemas cardíacos, porém, nos gatos, a detecção desses males pode ser mais difícil, uma vez que os bichanos dormem a maior parte do tempo, são mais quietos e independentes.

De acordo com a médica-veterinária Waleska Marques da Silva, entre os sintomas dessas doenças estão perda de apetite (que é facilmente vista pelos tutores), ritmo respiratório alterado (tende a ficar acelerado), diminuição de atividades em decorrência de não conseguir fazer esforços, acúmulo de líquido no abdome causado pela ineficiência circulatória (que muitas vezes é confundido com obesidade para os tutores menos avisados) e, em estágios mais avançados, até desmaios (porque o sangue não consegue chegar  com normalidade ao cérebro).

“A perda de apetite é facilmente visualizada pelo tutor”, afirma Waleska. “Quando tem algum problema cardíaco, o gato pode começar a respirar pela boca e ter movimentos respiratórios rápidos, mesmo sem ter feito atividades. Por essa dificuldade de respirar, o gato não consegue engolir ao mesmo tempo, aí, ele tende a reduzir ou a deixar de comer.”

Detectado o problema, o tratamento envolve principalmente medicamentos, assim como em humanos. A mudança na dieta vem de forma necessária e é muito importante. “Para isso, temos no mercado os alimentos coadjuvantes, que auxiliam os proprietários a oferecer uma alimentação segura, de qualidade, com todos os ingredientes necessários para auxiliar no tratamento”, explica Waleska.

“Esses alimentos devem ter uma fórmula com proteína de alta qualidade, com aporte calórico para evitar a caquexia (doença que causa perda de peso e massa muscular). Quando os animais estão em tratamento com diuréticos, devem ter a reposição de eletrólitos e vitaminas hidrossolúveis, que tendem a ser facilmente eliminados na urina”, afirma.

A nova alimentação pode incluir uma série de exigências, de acordo com Waleska. Entre elas estão inclusão da L-carnitina (que promove o equilíbrio de energia, beneficiando a musculatura do corpo e do coração), a taurina (que regula a concentração de cálcio intracelular e protege o músculo cardíaco em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva) e suplementação de vitaminas (como a C, a E, betacaroteno), que são antioxidantes celulares e auxiliam na integridade celular. Também pode haver suplementação de vitamina B, que auxilia as células do coração.

“Também devem ser inclusos os ácidos graxos, como o ômega-3, que têm a capacidade de alterar a eletrofisiologia das células cardíacas, aumentando os limiares arrítmicos, reduzir a pressão arterial, melhorar a função arterial, além de ter papel anti-inflamatório”, diz a veterinária.

Se o tutor perceber qualquer sintoma, a dica é a de sempre: procure um veterinário.  “O gatinho deve ser levado ao veterinário sempre que houver algum quadro anormal. Quanto antes for diagnosticado, melhor a qualidade de vida e maior o tempo  em que o gato ficará com os tutores”, conclui Waleska.

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