Sem dúvida, nossos animais de estimação não têm os mesmos sentimentos que nós humanos. Nem mesmo são capazes de expressar o que sentem da mesma forma que nós. No entanto, qualquer tutor tem claro que seus bichinhos sentem e demonstram isso muitas vezes.
Para a médica-veterinária Maíra Claudio de Ponte, da clínica DraMei Mooca,para entender os diferentes comportamentos entre cães e gatos precisamos voltar na história da domesticação de ambos. “O homem conseguiu uma domesticação completa dos cães há aproximadamente 30 mil anos. Esses animais respeitam a hierarquia da matilha, então o homem colocou-se como líder”, explica. “E pela facilidade na caça com os cães, essa relação tornou-se cada vez mais próxima. Isso explica o companheirismo entre cães e humanos: dentro de casa, vivem como viveriam em matilha em parceria e em hierarquia”.
É preciso lembrar que uma emoção é a materialização biológica ou psicológica de um estado mental. Ela é produzida pela liberação de hormônios, impulsionando uma determinada ação. Elas são menos duráveis do que os sentimentos, mas podem ser sentidas mais intensamente. As seis principais emoções são raiva, medo, alegria, tristeza, repulsa e surpresa. E os cães conseguem passar esses sentimentos com mais facilidade.
Já os gatos são mais solitários e independentes. Eles buscam os tutores quando sentem vontade. Isso porque, segundo Maíra, a domesticação dos gatos é incompleta. “Gatos são caçadores solitários, portanto, o papel do homem junto a um felino é indefinido, já que este não respeita hierarquias”, lembra. “A relação entre gato e homem foi se estreitando pela necessidade do controle populacional de roedores no Egito Antigo (por volta de 5.000 AC). Sendo assim, o gato ganhou seu espaço dentro das famílias humanas, porém não vê seus donos como líderes, mas sim como um outro gato, mantendo a mesma relação que teria com outros felinos na natureza: cada um caçando por si e coexistindo”.