Com a chegada da primavera surge a necessidade de um cuidado maior com as dermatites atópicas e doenças respiratórias que atingem cães e gatos. São reações alérgicas que atingem entre 15% e 20% dos pets, segundo Guilherme De Caro Martins, veterinário especialista em dermatologia veterinária do Centro de Especialidades Veterinárias (Centrovet) de Belo Horizonte (MG).
Coceira intensa, lambidas em excesso nas patas e otites recorrentes são alguns dos sintomas do problema, conforme explica Martins. “A alergia não tem cura, mas pode ser controlada, principalmente quando medicada mais cedo”, afirma. “Mas, no caso da dermatite, por exemplo, se a pele estiver muito inflamada, é preciso de um acompanhamento de um veterinário”.
Segundo o veterinário, ao perceber os sinais, o tutor deve procurar atendimento para o animal. Martins explica que a dermatite atópica não tem cura, mas há tratamento que mantém a doença sob controle. As alternativas são variadas, dependendo de cada caso. Entre elas estão o uso de medicamentos, shampoos hidratantes e imunoterapia.
Em casos mais extremos, a dermatite pode levar o animal a apresentar lesões na pele, além de infecções bacterianas e fúngicas. As raças que são mais propensas a desenvolver a doença são Buldogue Francês, Lhasa Apso, Shih-tzu, Labrador e Golden Retriever. Essa predisposição é determinada pela genética.
Diagnóstico
Para definir o diagnóstico da dermatite atópica causada por reação ao pólen de gramínea, o veterinário irá inicialmente excluir a possibilidade de outras doenças de pele com sintomas semelhantes. Para isso, será feito um exame clínico que pode ser associado a outros, como raspado de pele e citologia.
Em alguns casos, pode ser indicada uma dieta hipoalergênica para eliminar a hipótese de a causa do problema ser alergia a algum alimento. A consulta também não dispensa uma boa conversa com o tutor do animal, o que ampara o diagnóstico correto.
Nem todos os cães e gatos desenvolvem a dermatite atópica. Dessa forma, coceira intensa pode estar ligada a outras patologias. Conforme o médico veterinário, parte dos casos é causada pela reação ao pólen de gramíneas, cujas partículas – muitas vezes invisíveis – circulam no ar. E são esses casos que tendem a aumentar com a chegada da primavera.
Outro agente causador da doença são ácaros de poeira. Neste caso, não há ligação com a estação do ano. As dermatites atópicas que atingem a pele de animais como cães e gatos podem ser comparadas a sinusites e rinites que acometem as pessoas.
Martins ressalta que, ao contrário do que se pode pensar, as dermatites atópicas acometem mais os animais que vivem dentro de apartamentos. Ou seja, aqueles tutores que expõem mais seus cães e gatos ao ambiente estão fortalecendo-os. “É o que chamamos de vitamina P, de ‘porcaria’”, brinca o veterinário, explicando que a exposição dos animais desde cedo ao ambiente externo ajuda a habituá-los aos desafios.
Com informações do Portal Belo Horizonte:
https://www.belohorizonte.com.br/primavera-intensifica-alergia-em-animais-de-estimacao/