A quantidade de animais abandonados nas ruas é alarmante. Nós, amantes dos animais, ficamos com o coração na mão. Mesmo com o trabalho maravilhoso das ONGs e associações dedicadas a eles, o número de cachorros e gatos nas ruas continua alto. Por isso, muitos tutores já entenderam que devem auxiliar no controle populacional. Uma das formas de fazer isso é castrar os pets.
O médico-veterinário Ricardo Azama, da Pet Clinic Clínica Veterinária em Alphaville comenta que não existe uma imposição de castrar ou não um animal. O controle populacional é um motivo válido para realizar o procedimento, mas os donos também levam em consideração outras duas razões para realizarem a cirurgia em seus cães:
– Hormonal: evitar os indesejados cios nas fêmeas e o incômodo da libido do macho com a famosa “marcação de território” urinando em vários lugares;
– Prevenção de doenças: diminuir a incidência de tumores de mamas nas fêmeas e de testículos e próstata no caso dos machos, além de evitar infecções de útero.
Quem decide castrar seus pets deve ficar atento à idade do animal. No caso das fêmeas, existe uma correlação entre a idade de castrar e a prevenção de tumores de mama. “Em regra, o ideal é antes do primeiro cio, que pode ocorrer normalmente após os seis meses. No entanto, em raças de grande porte (como Golden Retriever, Labrador, Pastor Alemão) e gigantes (Dogue Alemão, São Bernardo), recomenda-se castrar após o primeiro cio por conta do desenvolvimento do sistema osteoarticular, segundo orientação definida no último consenso de Patologia Mamária de Cães – que observou que a incidência de problemas articulares nessas raças está sendo maior do que nos casos de animais com tumores de mama castrados após o primeiro cio; mas é importante ser antes do segundo cio”, explica o especialista.
No caso dos machos, não existe uma idade ideal. “Se pensarmos em marcação de território, que os donos costumam associar a ‘levantar a perninha’, deve-se realizar a castração entre 4 e 6 meses”, diz Azama.
Em se tratando dos felinos, os motivos que levam à castração são praticamente os mesmos já expostos. Segundo Azama, “as doenças relacionadas ao sistema reprodutivo são mais raras em relação aos cães. É preciso observar também que as gatas apresentam padrão de ciclo hormonal diferente da cadela, e com isso os cios ficam mais frequentes, então as gatas se reproduzem mais”.
A cirurgia da castração é relativamente simples nos machos. Nas fêmeas, requer habilidades técnicas e segurança. Um dos principais cuidados que devem ser tomados antes do procedimento é a realização de exames pré-operatórios para verificar a pré-existência de alguma doença que poderá causar algum risco anestésico e/ou cirúrgico ao paciente.
No pós-operatório, o especialista recomenda seguir à risca as orientações do médico-veterinário do seu pet em relação a administrar os medicamentos e curativos da ferida cirúrgica. Há também a parte de proteção da ferida com o uso de roupas cirúrgicas ou os indesejados colares elizabetanos (os “abajures” que colocamos no pescoço dos animais), para evitar que o paciente contamine a região ou mesmo tire os pontos com os dentes.
Os dias posteriores ao procedimento deixarão o animalzinho mais prostrado. É melhor evitar as atividades físicas nos primeiros dias, para que tudo transcorra bem na recuperação e o seu amiguinho fique ótimo em pouco tempo.