Todo dia é dia de cuidar da nossa saúde e da saúde de nossos bichos. Mas, agora que entramos no décimo mês do ano, vale aproveitar a campanha Outubro Rosa para dar aquela frisadinha nas informações sobre o câncer de mama, condição que também faz parte do universo pet e pode acometer fêmeas de várias espécies.
“Os tumores de mama correspondem a 53% de todos os casos de câncer em cadelas e 17% em gatas. As fêmeas com idade acima de 8 anos de idade são as mais propensas a desenvolverem tumor de mama, sendo que, nas cadelas, 50% dos tumores de mama são malignos e nas gatas esse índice sobe para 86%”, esclarece Marcelo Quinzani, médico veterinário e diretor clínico da unidade do Morumbi do Centro Veterinário PetCare, em São Paulo.
Segundo ele, as fêmeas não castradas têm maior chance de desenvolver tumores de mama. “Porém, se elas forem castradas antes do primeiro cio, têm somente 0,05% de risco de desenvolver tumor de mama; entre o primeiro e segundo cio, apresentam 8% de chance; e quando castrada depois do segundo cio, o risco passa a ser de 26%”, aponta.
Causas e diagnóstico
O uso de anticoncepcional nas fêmeas não castradas está diretamente relacionado à doença. Mas, assim como na medicina humana, o aparecimento de tumores em gatas e cadelas não tem uma única origem.
“Observamos a natureza genética, ambiental e hormonal. Sabemos que ele acomete com maior frequência fêmeas com idade entre 10 e 11 anos e também em fêmeas obesas. Também existe predisposição racial nas cadelas e nas gatas”, comenta o veterinário.
Para diagnosticar a doença, é necessário realizar palpação das mamas para identificar os nódulos. Contudo, a existência de um tumor maligno só poderá ser confirmada através do exame de citologia ou histopatológico.
O tratamento
“O tratamento é sempre cirúrgico. A cirurgia da cadeia mamária pode ser total ou parcial. O nódulo removido cirurgicamente é submetido ao exame histopatológico (biópsia), que apontará a necessidade da quimioterapia”, explica o médico veterinário.
De acordo com o Dr. Marcelo, o tratamento correto e completo da doença é importante para que ela não se espalhe na forma de metástases para os gânglios, pulmão, fígado, rins, ossos, coração e pele. Quando o tratamento é precoce, as chances de cura aumentam em 90%.
“Já a quimioterapia pode envolver medicação oral, injetável, diluída em soro ou a combinação de todas estas possibilidades, dependendo do exame histopatológico – grau de malignidade – idade do animal e presença de outras doenças. O número de sessões e frequência depende do protocolo adotado, mas a maioria recebe medicação uma vez por semana durante três a seis meses. Os efeitos colaterais da quimioterapia em animais são diferentes do tratamento em humanos”, conta o diretor clínico.
Cura e prevenção
As chances de cura da doença vão depender do tipo de câncer (malignidade) e do período de intervenção. “Por isso é importante o diagnóstico precoce, pois quanto antes diagnosticado e tratado, maiores são as chances de cura. E a melhor forma de prevenção é com a castração precoce”, conclui o médico veterinário.
Por isso, nunca deixe de fazer aquele check-up veterinário nas suas amigas de patas, hein. Ele pode salvar muitas vidas!