Fácil de identificar, prolapso retal em cães pode exigir cirurgia

Se na hora de seu cachorro defecar aparece uma protuberância vermelha, cilíndrica e brilhante para o lado externo do ânus, ele provavelmente está com prolapso retal, uma doença que pode atingir cães de qualquer idade. Ela é fácil de identificar e quase sempre exige cirurgia, portanto, quanto antes tratar, melhor.

O prolapso retal é a protusão (eversão ou deslocamento) da mucosa retal pelo reto, explica a médica veterinária Fabiana Pozzuto Poppi, mestre e doutoranda em cirurgia veterinária pela UNESP/FCAV (Jaboticabal/SP), proprietária da Clínica Veterinária PoppiVet (Campinas/SP).

“Observa-se parte do reto para o lado externo do ânus. Pode ocorrer sangramento e necrose (morte do tecido, tornando-o inviável), caso o responsável demore para levar o paciente à clínica. O prolapso retal é de fácil identificação, mas pode ser confundido com prolapso uterino em cadelas”, afirma a especialista.

A doença pode acometer cães jovens e adultos. As causas mais comuns em cães jovens são parasitas intestinais (verminoses) e enterite (inflamação do intestino). Já nos adultos e de meia idade, ocorre devido ao tenesmo (esforço para defecar, sem sucesso). 

Segundo Fabiana, o tratamento depende da viabilidade da porção evertida, mas, em sua maioria, é cirúrgico. “Quando identificado precocemente, o procedimento é mais rápido e menos invasivo. É realizada a redução manual da porção prolapsada (sempre por um médico veterinário) e posteriormente, sutura do ânus para evitar recidivas nos próximos dias”, explica.

Necrose

“Prolapsos que apresentam inviabilidade (necrose) da porção comprometida devem ser tratados com amputação retal. Em ambos os casos, o tratamento definitivo é a colopexia (fixação do cólon na parede abdominal) que deve ser realizado por um médico veterinário cirurgião”, diz a veterinária.

Proporcionar dieta de qualidade e ficar atento a verminoses são duas das principais dicas para evitar a doença, além, claro, das visitas regulares ao médico veterinário. “Quanto mais rápida a identificação e intervenção do médico veterinário, menos invasivo e mais sucesso terá o tratamento”, completa Fabiana, que também é especializada em clínica médica de felinos pela Qualittas.

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