Ao contrário de outras espécies, os gatos não enxergam muito bem à distância. Tanto que, para os padrões humanos, eles poderiam até ser considerados míopes. Por isso, cuidar da saúde ocular se torna ainda mais importante, já que qualquer problema pode prejudicar ainda mais a visão do bichano.
Segundo a médica-veterinária Marina Rodrigues, da Petlove, os problemas oculares mais comuns entre os gatos estão a conjuntivite (inflamação das pálpebras e conjuntiva ocular), uveíte (inflamação da úvea), úlcera córnea (lesão da córnea) e blefarite (inflamação das pálpebras).
Essas doenças são causadas por agentes patogênicos, portanto, podem ser evitadas. Atualmente, os agentes mais comuns são a FIV (Imunodeficiência Felina), a Felv (Leucemia Felina), a PIF (Peritonite Infecciosa Felina), o herpesvírus, a clamidiose, a calicivirose e o protozoário responsável pela toxoplasmose.
Já a úlcera de córnea também pode ser causada por traumas, por exemplo, se alguém objeto cair e machucar o globo ocular.
Prevenção e sintomas
“A vacinação é o melhor método de prevenção, visto que os protocolos vacinais abrangem a maioria dos agentes virais. Além disso, o ideal é evitar que o gato tenha acesso à rua, pois ele acaba ficando mais suscetível a doenças de outros animais”, orienta Marina. “No caso da toxoplasmose, é importante evitar que o gato se alimente de carne cruas”, adiciona. Apenas um médico-veterinário pode diagnosticar e prescrever o melhor tratamento para o pet.
Entretanto, o dono pode ficar atento a alguns sinais que podem indicar algum problema ocular no gato, tais como:
- prostração (quando o animal fica menos ativo ou mais apático e amuado do que o normal)
- secreções oculares abundantes
- olhos opacos ou vermelhos
- coceira nos olhos
- sensibilidade à luz
E a toxoplasmose?
A toxoplasmose, uma das condições que pode desencadear doenças oculares, é um problema comumente associado aos felinos, tanto que também é conhecida como “doença do gato”. Isso acontece porque os bichanos são os hospedeiros definitivos, ou seja, são eles que liberam os oocistos do parasita (forma resistente do protozoário) em suas fezes.
Porém, humanos só se infectam se ingerirem as fezes contaminadas. “Para que elas sejam perigosas para nós, também é necessário que passem por temperaturas acima de 36 graus por mais de dois dias e os oocistos precisam estar maduros”, explica a médica-veterinária. Portanto, apenas o contato com o gato infectado não é suficiente para que a pessoa seja contaminada.