Diabetes em pets: causas, sintomas e tratamentos possíveis

Por não ter cura, a diabetes é uma das doenças que mais preocupam os donos de cães e gatos. “Os casos de diabetes mellitus são mais comuns em cães, comparados aos gatos. Tanto pela maior população de cães, como mudanças no estilo de vida dos pets mais domiciliados, entre outros fatores. Isso não significa que é raro ou difícil observarmos a doença em felinos. Hoje também é comum”, explica Reinaldo Juan Garrido Palacios Jr., médico-veterinário e docente no curso de Medicina Veterinária da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

De acordo com Palacios Jr., os fatores de predisposição na literatura científica citam: genética, raças, obesidade, alterações no metabolismo (por aumento de triglicérides e colesterol, também chamadas de hiperlipidemias), doenças endócrinas concomitantes, medicações de uso crônico (como os corticoides) e pancreatite. 

Raças mais propensas 

Existem algumas raças mais predispostas citadas na literatura veterinária.

Para cães, são schanauzer, poodle, beagle, cocker e dashchund. Já para gatos, os mayne coon. Palacios Jr. ressalta que os estudos são realizados com as casuísticas de cada região ou país, então há muitas variações. As raças citadas são mais observadas em São Paulo e região, contudo até os animais sem raça definida podem ter uma prevalência. 

Sintomas

Os sintomas clássicos são os quatro Ps: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. Ou seja, maior produção de urina (urinar mais vezes, consequentemente); maior quantidade de ingestão de água; maior necessidade de ingestão de alimento; e a perda de peso, mesmo comendo em quantidade normal ou mais do que o costume.

O que confirma a diabetes mellitus é índice glicêmico (quantidade de açúcar no sangue) acima do valor padrão (120 mg/dL) quando o paciente está em jejum de 8 a 12 horas. 

Em cães somente a dosagem de glicemia, juntamente com os sinais clínicos citados (4 Ps), já é suficiente para confirmar a diabetes. Já em gatos, pode ser necessária além da dosagem de glicemia, também realizar a dosagem de frutosamina no sangue e realizar o exame de urina, para verificar se há glicose. Nem sempre todos sinais clínicos se apresentam nos felinos. O aumento da glicemia em gatos pode ser transitório, causado por um evento de estresse.

Tratamento

Ao diagnosticar diabetes em um pet, este necessitará mudanças na rotina de vida, como atividades, dietas específicas para animais diabéticos, com restrição de quantidade diária de alimento e restrição no fornecimento de petiscos. É fundamental também a aplicação de injeções de insulina. 

“Quanto mais rápida a diabetes for diagnosticada e tratada, com dieta correta e dose correta de insulina e frequência, o paciente tem prognóstico favorável, com vida normal e longa, quase igual a um pet sem doença. A catarata é a maior sequela que pode vir a surgir, mesmo com todo tratamento e acompanhamento correto, é uma doença que normalmente se desenvolve e progride até a perda da visão.

Quando um paciente com diabetes mellitus não tem o tratamento correto, outras doenças concomitantes podem surgir, como a cetoacidose diabética, um quadro grave, que necessita de cuidados de urgência e internação que pode durar dias e pode levar o paciente a óbito.

 

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