Conheça o projeto que utiliza cães no tratamento crianças com câncer

 

Em meio a macas e aventais, visitantes ilustres chamam a atenção nos corredores da ala pediátrica do Hospital Regional da Unimed, em Fortaleza: são os cães terapeutas do Instituto Cão Vida Lui, que uma vez por semana realizam atividades no local. Entre os pacientes “tratados” pelos animais da instituição estão crianças diagnosticadas com câncer internadas no hospital.

 

“A gente se baseia nos princípios de que esses animais possuem amor, aceitação incondicional e fidelidade, podendo assim facilitar a resposta do trabalho de ressocialização, recuperação, reabilitação e melhora da qualidade de vida das pessoas”, diz a psicóloga Giselle Sucupira, fundadora da organização que funciona desde 2012 de forma independente. As ações do Instituto são realizadas a partir da colaboração tanto de profissionais da saúde quanto de voluntários e seus cães.

 

No hospital, os cães realizam a Atividade Assistida por Animais (AAA), que envolve recreação e distração dos pacientes por meio da troca de afetos e carinho. Segundo a psicóloga, além de entreter as crianças, essa interação com o cão aumenta a motivação e diminui o estresse causado pela internação.

 

“Partimos do fato de que nós, seres humanos, temos fortes laços com os cães há milhares de anos. Pesquisas já comprovaram que a AAA gera oportunidade para o desenvolvimento de sentimentos positivos, facilita a expressão de sentimentos, aumenta o senso de responsabilidade, proporciona um reforço da autoestima e segurança emocional, e facilita a socialização e a comunicação”, explica.

 

Segundo a responsável, essas atividades só não são indicadas quando a criança está com baixa imunidade, tem alergia a pelos de animais ou se ela não gosta ou tem medo de cachorro. “Os resultados são bem mais positivos com crianças que tem afetividade por cães”, afirma.

 

Além do trabalho com as crianças, o Instituto Cão Vida Lui atende também adultos e idosos, e atua em hospitais, casas de apoio e escolas. “O trabalho realizado com crianças com câncer é o mesmo utilizado com outras patologias, porém, sempre observando as particularidades de cada paciente”, diz a psicóloga.

 

 

Há um cuidado específico também com os animais, que são selecionados e treinados para esse tipo de trabalho. “Para ser um cão terapeuta, é necessário um preparo e treino especial com o cão, preferencialmente desde filhote, para que ele entenda o papel dele e responda da melhor forma possível, no intuito de favorecer os resultados pretendidos”, explica.

 

E o resultado costuma ser rapidamente percebido por todos que acompanham de perto do tratamento do paciente. “O retorno tem sido muito gratificante, tanto das equipes de saúde, como de familiares. Muitas crianças, melhoram o humor, passam a aderir o tratamento com mais facilidade e consequentemente há um aumento da imunidade, interferindo nos resultados de forma positiva”, diz a psicóloga.

 

 

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