Uma das maiores preocupações de tutores de cães fêmeas é a piometra – e se você está acostumado a conviver com veterinários ou outros donos de pet, já deve ter ouvido esta palavra que faz muito tutor se arrepiar. Mas o que é, exatamente, a piometra – e, mais importante ainda: como trata-la?
Para entender melhor estas questões, falamos com a médica veterinária Giovana Favaratti.
Segundo Giovana, a piometra é uma infecção secundária que ocorre conta de mudanças hormonais no aparelho reprodutor das cadelas. “Quando a fêmea está no cio, os glóbulos brancos não conseguem entrar no útero, e é isso que permite a entrada e permanência do esperma no aparelho reprodutor da fêmea, já que os glóbulos brancos são células de defesa e tem como objetivo proteger o corpo de tudo que parece ser estranho”, explica. “Quando o período de cio termina, começa o espessamento da parede do útero na expectativa de uma prenhez e também diminuem as contrações uterinas. Somando tudo isso é um ambiente propício para a proliferação bacteriana”, completa.
Existe, é claro, uma maneira segura de evitar completamente a piometra: a castração realizada antes do primeiro cio. Pensa-se, porém, que a utilização de hormônios anticoncepcionais pode ser uma solução alternativa – o que é veementemente negado por Giovana. “Em hipótese alguma isso deve ser realizado, já que pode piorar o quadro”, alerta.
Nem sempre, porém, tutores têm acesso a este tipo de informação, e a piometra pode ocorrer. Neste caso, o tratamento é emergencial. “Não pode se esperar ‘o dia seguinte’ após o diagnóstico: é necessária uma internação para a realização de antibioticoterapia e castração”, conta a médica veterinária.