Atenção aos primeiros sinais e consultas regulares ao veterinário são os principais remédios contra a cegueira canina!
Infelizmente, os cães estão propensos à perda de visão de maneira semelhante àquela que ocorre com os seres humanos. Se o seu amigo canino começar a trombar nos móveis, quinas e paredes, mesmo em ambientes que ele conheça bem, sentir insegurança ao ir a locais que costumava frequentar – principalmente aqueles mais escuros – ou até mesmo a latir para coisas como se não as conseguisse identificar, desconfie.
“Quando o animal começa a ter esse tipo de dificuldade, geralmente o problema já está bem avançado, porém existem outras alterações que podem ser percebidas precocemente, tais como vermelhidão na parte branca dos olhos, excesso de secreção ou mudança na cor da secreção dos olhos, opacificação dos olhos também está entre as alterações”, esclarece a médica-veterinária Mayara Ramos da Silva.
“É importante salientar que existem inúmeros problemas relacionados à visão e que podem causar cegueira aos animais. Os olhos são constituídos de tecidos nobres e altamente especializados. Por causa disso, um animal com qualquer oftalmopatia necessita de uma intervenção rápida e correta para que possa combater qualquer infecção, controle de dor, impedir automutilação e controlar a pressão intraocular com o objetivo de preservar a visão”.
Algumas raças podem ter predisposições a problemas relacionados à visão, podendo eles ser congênitos ou adquiridos. Cães jovens da raça rottweiller, shar pei, chow chow, buldogues entre outras, podem apresentar problemas de alteração na conformação das pálpebras: o tratamento é cirúrgico. Outra afecção com tratamento cirúrgico que também acomete animais jovens é o prolapso da glândula da terceira pálpebra, que parecerá uma “colinha vermelha” na extremidade interna do olho, e poderá causar secreção excessiva. Raças com focinho curto e olhos grandes, como pug, shih tzu, lhasa apso, buldogues e o pequinês poderão sofrer de úlceras de córnea. “Deve-se ter bastante atenção pois é um problema que poderá causar muita dor ao animal. O tratamento é com colírios e analgésicos”.
Quem possui um cãozinho com problemas de visão deve evitar mudar os móveis de lugar ou deixar obstáculos no caminho. “Pisos muito lisos podem prejudicar também, então é importante colocar tapetes ou fitas antiderrapantes no piso. Caso qualquer alteração ocular seja percebida, o tutor deverá procurar imediatamente um veterinário. Quanto antes seja resolvido o problema, maiores as chances de evitar um quadro irreversível”, alerta Mayara.
Algumas doenças oculares mais comuns em cães
(Este é um guia ilustrativo. Consulte sempre o seu médico-veterinário)
Ceratite é caracterizada por uma inflamação na córnea. Ocorre por questões traumáticas ou mal posicionamento dos cílios ou alguma fragilidade ocular. O tratamento é por uso de antibióticos orais ou colírios. As raças mais suscetíveis são lhasa apso, shih tzu, pugs e buldogues, por possuírem olhos grandes com diminuição da proteção ocular, e da lubrificação dos olhos.
Glaucoma é caracterizado por aumento da pressão intraocular, não tem cura, porém, se descoberto precocemente, poderá ser controlado, o que diminui as chances do animal ficar completamente cego. Pode aparecer em torno dos quatro ou cinco anos do animal. O tratamento poderá ser feito com medicação intravenosas e colírios hipotensores que deverão ser usados por toda a vida do animal. Por questões genéticas as raças mais predispostas são cocker spaniel, shar pei, husky, basset, basset hound, beagle e samoieda.
Catarata é caracterizada por uma opacificação do cristalino, ou seja, a parte mais interna dos olhos, dificultando que a luz chegue na retina. Geralmente aparece com a idade mais avançada, porém pode aparecer em animais jovens também. O tratamento é cirúrgico. As raças predispostas são o cocker spaniel, poodle, lhasa apso, schnauzer e yorkshire.