De repente, seu cão simpático decide implicar com um colega que visita a sua casa. Em outro episódio, ele reage de forma agressiva a um desconhecido durante o passeio matinal que vocês costumam fazer pelo bairro. Nesses casos, será que eles pressentiram algo ruim? Devemos pensar em um “sexto sentido” dos cães? Eles realmente sabem quando uma pessoa não é confiável? Para Cássia Rabelo, franqueada e adestradora do Cão Cidadão, não é bem assim.
“Os cães têm uma habilidade muito boa de observar as reações e a postura corporal dos seres humanos, aprendendo rapidamente o que elas podem significar. Mas isso não significa que estejam interpretando se a pessoa é ou não confiável, não é algo transcendental, como pode parecer para alguns”, explica a adestradora.
Isso acontece porque esses animais podem associar, por exemplo, movimentos bruscos a memórias de medo ou ameaça. Nesses casos, eles tendem a evitar a aproximação, adotando uma postura menos amistosa e sociável, e parecem não adiantar as tentativas de carinho por parte do desconhecido.
A adestradora explica que algumas raças tendem a ser mais independentes e reservadas, como algumas de origem oriental, como o Akita e o Chow Chow. “Geralmente são raças criadas originalmente para guarda, em que é mais importante manter-se atento e distante do que muito próximo das pessoas”, diz Rabelo.
Para evitar situações desagradáveis, ela explica que é importante sempre conduzir o cão com coleira e guia, para que seja possível controlá-lo em situações como essa. “Além disso, em caso de reação agressiva a uma pessoa desconhecida, é preciso tentar entender qual foi o gatilho: um susto? Um barulho? E, identificado o fator que gerou o comportamento, procurar fazer com que o cão passe a associá-lo com coisas agradáveis”, recomenda.
Por outro lado, Rabelo diz que, caso um cão desconhecido reaja de forma hostil à sua presença, a primeira dica é não sair correndo e tentar não cair não cair no chão por conta do susto. Isso porque essas duas posturas podem deixá-lo ainda mais agressivo. “Não gritar e não encarar podem ser medidas que ajudam também. E, quando o cão perceber que a pessoa não representa uma ameaça, a tendência é que vá embora”, explica a adestradora.