Uma das principais dúvidas de quem mora em apartamento é se as raças de grande porte também podem se adaptar a um espaço menor. Com algumas dicas em mente, é possível, sim, que seu cachorro grande viva bem mesmo em áreas fechadas e menores se comparadas a de uma casa com quintal.
Quando for escolher um cachorro para morar com você, fique atento ao temperamento dele. “Todas as raças precisam se exercitar, mas é importante entender qual é o temperamento e comportamento usual de cada uma”, como explica a médica-veterinária Roberta Rabioglio Amaral. Raças mais agitadas, como o Border Collie, são cachorros de trabalho, e precisam gastar energia com mais exercício e atividades. “Se você colocar um deles no apartamento, e não proporcionar atividades, possivelmente ele sofrerá muito mais do que um Golden Retriever, que tem um porte maior. O Golden gosta da companhia de humanos. Entre deixá-lo num quintal enorme, sozinho, ou dentro de um apartamento com companhia, ele vai preferir o apartamento. Basta levá-lo com frequência para andar e gastar energia, e eles ficam ótimos”, explica.
Portanto, a programação será essencial para quem quer ter um cachorro no apartamento. Não importa o tamanho, os passeios diários (duas a três vezes por dia) são obrigatórios para que seu bichinho estique as patas. Eles podem ser realizados pelo próprio dono ou por dog walkers, cada vez mais comuns no Brasil. Pense na sua rotina e de sua família para fazer uma boa escolha, tanto para você quanto para o animal.
O cachorro de grande porte traz outro desafio, que muitas vezes passa batido pelos futuros donos. Por ter que se alimentar mais, seus excrementos também terão um volume bem maior. “Não dá para comparar o volume de fezes de um Poodle com o de um Pastor Alemão”, brinca Roberta.
Tendência nos novos apartamentos, as grandes varandas podem ajudar neste caso. Mas não se deve abusar delas. “As pessoas largam os cachorros de grande porte na varanda, trancados. Sou totalmente contra isto”, alerta a médica-veterinária. Além do espaço do pet ficar ainda mais reduzido, ele fica exposto às condições climáticas. “Se a varanda for fechada, ela pode se tornar muito abafada. Se for aberta, o animal não estará abrigado do frio e da chuva. E talvez fique exposto ao sol durante todo o dia. Sem contar que ele ficará excluído do convívio familiar”. A ideia é utilizá-las com cautela; o animal tem acesso à varanda, mas não fica restrito a esse espaço, podendo circular por outras áreas.