Cachorro ciumento: como evitar e corrigir o problema

Já passou por aquela situação em que você recebe uma visita m casa e o seu lindo cachorrinho começa a agir como se o seu convidado fosse um sequestrador que estivesse com uma faca apontada pro seu baço? Se a resposta for afirmativa, é bem possível que o seu pet seja mais um do clã dos ciumentos.

“Falando de uma maneira mais condizente com a natureza dos cães, o ciúme está associado à posse e à possessividade. Então, na verdade, ciúmes é um medo de perder”, sintetiza Carolina Fraga, adestradora da equipe Cão Cidadão, empresa especializada em adestramento em domicílio e em consultas de comportamento canino, situada em São Paulo.

Além da situação acima, o cão pode “extravasar” o ciúmes em diversas ocasiões. Segundo a adestradora, “ele pode ser em relação a outros cães ou aos donos e existem várias situações em que o cachorro pode entender que existe uma disputa. Por exemplo, quando você tem mais de um cão, vai fazer carinho em um deles e o outro não deixa. Ou, às vezes, vai a um local com vários cães, os outros cachorros tentam se aproximar e o seu demonstra que não gosta. Tudo isso representa essa mistura de disputa e posse cuja base é o medo de perder”, explica Carolina.

E esteja ciente de que mimar o seu cão é o “melhor combustível” para alimentar esta possessividade. “Geralmente, o ciúme também é acompanhado por um temperamento mimado. Não significa que a gente não possa dar amor, atenção e carinho para o cão. Pelo contrário, isso a gente deve fazer. Mas o cachorro mimado é aquele que recebe tudo que ele quer, do jeito que ele quer, na hora que ele quer e não aceita dividir, porque ele acha que é sempre o senhor da situação”, descreve a especialista.

Prevenir e corrigir o problema

Se você já constatou que tem um mascotinho ciumento, está na hora de se tornar o líder da casa. “Primeiro, precisamos estabelecer liderança e deixar as coisas disciplinadas como, por exemplo, ter horário pra comer, passear, estabelecer limites com o seu cachorro. Quando você disser ‘não’, ele tem que saber de fato que não pode fazer aquilo”, enfatiza a adestradora.

Quando tiver mais de um cão no mesmo lar, estipule os ‘momentos’ para cada um deles. “Quando tem mais de um cachorro dentro da mesma família, gosto sempre de dar petisco, carinho e enfatizar verbalmente ‘agora é a hora da Melzinha; agora esse petisco é do Joãozinho’ para fazer eles respeitarem isso”, relata Carolina.

De acordo com a adestradora, se o cão tiver um comportamento inadequado como impedir você de dar atenção para o outro, “você deve ignora-lo, virar de costas, fingir que não tá vendo para, assim, eles começarem a respeitar a vez de cada um, saber dividir. Mas é importante deixar isso previsível e verbalizar ‘agora é a vez dele, agora é a vez dela’”, orienta.

Não adianta fazer as correções de vez em quando sem manter as regras no dia-a-dia. O trabalho tem que ser constante como um treinamento. “Identifique o momento que o ciúme acontece e faça em forma de treino. No caso do cão não deixar a pessoa ir falar ‘oi’, fazemos toda uma preparação: colocamos o cachorro numa distância para fazer ele entender que aquela aproximação das pessoas com o dono significa algo legal pra ele. Este processo se chama dessensibilização”, explica Carolina.

Segundo a adestradora “a ideia é fazer o cachorro perder a sensibilidade e entender que determinada situação não é algo ruim. Tudo deve ser feito de forma planejada e organizada para promover esta aproximação gradativa e mostrar pro cachorro, devagarzinho, que a cada passo que essa visita dá em direção ao dono dele e que ele se controla e respeita os limites, ele é recompensado”, finaliza.

Mas, se a ciumeira aí na sua casa estiver além das suas habilidades, não hesite em procurar ajuda profissional.

 

 

 

Por: Paula Soncela
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