As diversas raças de cães foram desenvolvidas pelo ser humano ao selecionar para cruzamento animais que possuíam características desejadas para funções específicas. Em resumo, pastores desenvolveram cães hábeis em cuidar de rebanhos. Caçadores, cães com faro para procurar animais selvagens. Agricultores que precisavam proteger suas posses selecionavam cães atentos aos arredores, que pudessem avisar com latidos risco de invasores dentro de sua área.
No caso do pitbull, atualmente, a hipótese mais apoiada é que, durante o século 19, em áreas da Inglaterra, Irlanda e Escócia, cruzamentos entre a variedade mais antiga de buldogue (hoje extinta), e terriers (cães que eram voltados à caça de pequenos animais) deram origem aos amigos caninos que hoje chamamos de pitbulls. De acordo com o United Kennel Club (UKC, EUA), por exemplo, a missão era exatamente essa: os criadores da época procuravam combinar a habilidade de caça dos terriers com a força do buldogue.
Da Inglaterra, as variedades obtidas cruzaram o Atlântico e fazendeiros passaram a usar esse tipo de cão para caçar animais selvagens no território dos Estados Unidos, além de arrebanhar gado e, claro, como companhia para suas famílias. Hoje em dia, sabe-se que os pitbulls são grandes companheiros e ótima companhia para as crianças. Deve-se apenas ficar atento com o tom das brincadeiras, já que de fato, o animal tem bastante vigor físico, e acidentes podem acontecer.
Um dado curioso é que o pitbull não é a melhor escolha para um cão de guarda. A “má” fama da raça – principalmente por conta de maus donos e responsáveis que estimulam a agressividade em cães – tem pouco a ver com sua tendência natural. O pitbull costuma ser amigável inclusive com estranhos (o que é péssimo para um cão que deveria ser aplicado em situações de guarda!). Ele é, na verdade, um bom atleta, e se sai muito bem em eventos de performance devido ao seu alto nível de inteligência e sua vontade de realizar funções.
Mas então, de onde vem a fama de brigão?
Felizmente, cada vez mais o pitbull é associado a um amigo bonachão e não a um combatente. Mas o estigma ainda existe. Na Inglaterra do século 18 era considerado entretenimento a prática do bull-baiting, na qual cães eram incentivados a atacar um touro previamente amarrado. Essa atividade, hoje considerada cruel, apelidava os cães escolhidos para fazê-la como pitbulls. Todo cão considerado apto para a “briga” recebia então esse apelido.
Por conta do passado relacionado à crueldade contra os animais, diversas entidades historicamente não reconhecem o pitbull como uma raça canina, ainda que outras já tenham estabelecido padrões. A American Dog Breeders Association, por exemplo, reconhece a raça. A Federação Cinológica Internacional (FCI), não. Também é comum encontrarmos definições do pitbull como um cão interseccional entre variedades de terriers como o American Staffordshire Terrier, o Staffordshire Bull Terrier e o American Bully.
O mais importante é que, independentemente do perfil genético do seu melhor amigo, amor, carinho, adestramento, socialização e dedicação com certeza podem fazer do seu animal o melhor cão do mundo.
Mas como é que o pitbull deve se parecer? De acordo com entidades como a UKC e a brasileira CBKC – Confederação Brasileira de Cinofilia, o padrão batizado como American Pit Bull Terrier é “um cão de tamanho médio, de constituição sólida, pêlo curto, com musculatura lisa e bem definida”. O cão é facilmente reconhecido por ser robusto e possuir um crânio e focinho largos.
Assim, é possível encontrar pitbulls com pelos de todas as cores comumente encontradas em cães: do preto ao branco, passando por variações de tigrado, cinzento, azul, marrom, vermelho, entre outras. A pelagem costuma ser brilhante e lisa, e levemente firme ao toque. Vivem cerca de 14 anos. Adultos machos podem ter de 16 a 27 kg, na média. As fêmeas, de 14 a 23 kg.
Quem possui um amigão desses em casa precisa ficar atento a males como a displasia coxofemural, deslocamento de rótula e problemas de pele, como micoses. Também tem tendência à obesidade e por isso, sua alimentação deve ser controlada. De preferência, ofereça snacks moderadamente, e pet food específica para a raça. Forte e cheio de energia, ele demanda passeios diários.
Enfim, se você possui disposição para gastar energia com esse cão, e gosta de um amigo para todos os momentos, o pit bull pode ser uma grande escolha para você e sua família!
Em caso de dúvida, não perca tempo. Leve seu cão ao médico-veterinário!
E atenção! Rinha de cães é crime ambiental previsto na Lei Federal 9.605/98 com pena de três meses a um ano, além de multa.
