Como a maioria dos felinos, os gatos passam muito tempo descansando. Daí a fama de serem animais de estimação dorminhocos, preguiçosos, pouco chegados a um agito. Mas, segundo especialistas, os bichanos também precisam se movimentar para terem uma boa saúde e evitar a obesidade.
O sobrepeso aumenta os riscos de os gatos desenvolverem dores na coluna, artrite, diabetes, dificuldades respiratórias, distúrbios no fígado e outros problemas.
Mas tornar os gatos mais ativos é um desafio para os tutores que mantêm seus amiguinhos em casa, não os deixando passear livremente (e perigosamente) pela vizinhança. O que fazer?
Uma saída é a instalação de uma estrutura de recreação na residência. Pode ser um tronco de árvore (real ou artificial) com suportes para descanso ou uma coluna tubular com patamares e passagens para os gatos explorarem. Existem diversos modelos prontos à venda. Os tutores afeitos ao faça-você-mesmo podem construir seus próprios parquinhos para felinos.
Essas estruturas são perfeitas para quintais e varandas. Os lares sem ambientes externos podem receber uma versão compacta em um espaço interno, ou então os chamados poles (mastros).
“Mesmo em um apartamento pequeno é possível ter um cantinho para o gato brincar e se exercitar. Devemos sempre enriquecer o ambiente em que ele vive”, diz Luciana Deschamps, médica-veterinária da Clínica Sr. Gato, de São Paulo. Seja qual for o aparato, é importante que ele esteja bem fixado. “Qualquer instabilidade pode irritar e desanimar os felinos”, alerta a profissional.
Há outros meios lúdicos de estimular a movimentação dos gatos. Petiscos ou pequenas porções de ração seca podem ser colocados pelo tutor em cápsulas, instigando a interação, ou serem atirados para o animal buscar.
Varinhas com penas ou trigo ornamental numa ponta, além de bolas com pedaços de catnip (erva-dos-gatos) também são recursos válidos para fazer os bichanos se mexerem.
Luciana recomenda, em especial, o uso das ponteiras de luz para pets, dotadas de um feixe laser que não machuca os olhos dos animais. “O ponto de luz costuma ser bastante atraente. Basta movimentá-lo para os gatos ficarem malucos”, relata a médica-veterinária. Esse tipo de jogo também traz um benefício para o tutor: é pouco cansativo.
Como gatos são naturalmente propensos a explosões de atividade e longos repousos, cinco minutos diários de exercícios estimulados já são suficientes. “É importante não exagerar na duração das brincadeiras, porque os felinos podem perder interesse facilmente”, alerta Luciana.
Em oposição ao que aconselham algumas pessoas e ao que têm feito alguns tutores, a médica-veterinária não recomenda os passeios guiados de gatos mantidos em ambientes domésticos. “Os gatos criados em casa tendem a se assustar facilmente. Caso entrem em pânico, eles conseguem se livrar das coleiras para felinos oferecidas no mercado”, diz Luciana. “Além disso, na rua os gatos ficam muito vulneráveis a contrair pulgas”.