Ainda está para nascer o gatinho que não goste de dar umas belas arranhadas nos sofás, poltronas e colchas artesanais caríssimas de seus tutores. Quando você se distrai por quatro segundos, lá vai o seu bichano mirar nos seus móveis preferidos para dar uma aparada nas garras e uma alongada no “corpitcho”.
Para analisar e remediar esta situação, é preciso lembrar que, nós humanos, somos apegados aos móveis, mas os gatos não. Então, não culpe o seu felino por “destruir” as coisas na unhada, pois a intenção dele não é estragar os seus preciosos bens.
“Este é um comportamento natural desse animal e ele precisa fazer isto por várias |
razões: pelo desgaste natural e necessário de suas unhas e para se alongar ao fazer este ato”, esclarece Gelson Genaro, professor do Centro Universitário Barão de Mauá, de Ribeirão Preto, especialista em bem-estar felino. |
Além disso, acredite se quiser, esse também é um meio de comunicação dos gatos. “Pode parecer muito estranho para nós humanos, mas, com esse comportamento, o animal deixa o seu odor impregnado no local/móvel, já que há glândulas nas patas do gato e, durante o ato, estas glândulas são friccionadas contra a superfície. Com isto, os animais podem se comunicar entre si”, conta o especialista.
Claro que isso não é motivo para que você permita a destruição em massa da sua casa pelas unhas do felino. De acordo com Gelson, para evitar a “arranhação” desenfreada em locais indevidos, “coloque à disposição de seu(s) gato(s) locais e aparatos nos quais ele possa executar o comportamento plenamente, sem ter um transtorno em sua casa”.
Ou seja, deixe sempre disponíveis pela casa os famosos arranhadores, de maneira que eles fiquem firmes e o gato possa se apoiar neles. Também é recomendado que estes objetos tenham uma boa altura para que o seu bichano possa se esticar durante o exercício.
“Contudo, sempre haverá locais preferenciais e outros não tão atrativos. Por exemplo, não coloque esse aparato (que pode ser um tronco, com ou sem envolvimento de cordas de fibras naturais) próximo à bandeja sanitária, já que você também não iria apreciar abrir seus e-mails ou sua rede social próxima de seu vaso sanitário, não é mesmo?”, brinca Gelson.
Portanto, nas palavras do especialista, “não devemos impedir o gato de apresentar tal ato, e sim, oferecer locais para ele executar tal multiplicidade de tarefas”, conclui.