Estamos sempre em movimento, seja para ir ao trabalho, mercado, academia, passear com o pet… porém, como já ficou claro, na maioria das vezes que saímos de casa, deixamos nosso animal de estimação no conforto e segurança do lar. Ficar sozinho pode gerar ansiedade no animal e ele pode descontar roendo o pé da sua mesa nova, por exemplo. Por causa de situações como essa, algumas pessoas decidem adotar mais um pet para que eles façam companhia um ao outro. Porém, existem uma série de fatores que devem ser levados em consideração antes de fazer isso.
“Para uma boa introdução de um novo pet, pensando em um relacionamento a longo prazo, é interessante que o dono conheça os instintos naturais de cada pet e se tais instintos são compatíveis entre si. Então, conhecer a fundo sobre a espécie é importante para entender se o pet se encaixa na dinâmica familiar”, afirma Pedro Fernandes, instrutor de cães e psicólogo comportamental.
Além disso, Fernandes ressalta a importância da casa ser um local adequado para comportar o pet e respeitar todas as suas necessidades básicas como animal. Então, para que o dono adquira todas as informações necessárias, é recomendado consultar um profissional de confiança para orientação.
“A introdução dos pets à nova casa, quando dá errado, costuma terminar em abandono. Por isso, reforço mais uma vez a importância de verificar se o novo pet é compatível com o pet que já está em casa para uma boa convivência juntos. O início é feito pelo faro, principalmente se a relação será entre cão e cão, cão e gato, gato e gato. Então, você vai pegar o novo pet, separá-lo em um quarto ou um espaço exclusivo para ele e será neste ambiente de convívio, com água, comida, cama, tapete higiênico para necessidades fisiológicas que iniciaremos a adaptação”, ressalta Fernandes, profissional especializado na área de modificação de comportamento de cães domésticos.
“É interessante não juntar os dois pets logo de cara. Primeiro você deve propiciar um contexto onde eles consigam se reconhecer pelo faro em um momento tranquilo, em que ambos estejam calmos. A partir disso, com eles calmos e sentindo que aquele ambiente é agradável e atende às necessidades deles, passamos para a alimentação. Eles precisam entender que há recursos suficientes para ambos, que não haverá disputa por comida e, a forma mais segura de fazer isso, é entre portas.”
Outro ponto importante, a respeito da alimentação, é mostrar aos pets que você é o detentor dos recursos. Por isso, evite ficar deixando os recursos disponíveis para disputa. Isso vale para comida e para brinquedos também. Há hora e local para tudo.
Fernandes encerra destacando a importância da paciência neste processo. “Procure manejos mais amigáveis com os pets. Assim será possível verificar se todos são capazes de desfrutar dos seus instintos, suprir as necessidades do seu temperamento e que isso seja respeitado. Depois dessa adaptação realizada vem o desenvolvimento e isso leva em média seis meses a um ano para acontecer, tá? Então paciência é o mais importante. E, caso tenha dificuldade, procure o médico veterinário de sua confiança e peça indicação de adestradores comprometidos com o bem-estar da família e dos animais.”