Embora sejam pequenos e inofensivos à primeira vista, os carrapatos podem causar problemas sérios de saúde nos cães. Esses parasitas se alimentam de sangue (hematófagos) e podem transmitir doenças, causar anemias e desenvolver alergias. Por isso, ao encontrar um deles em seu pet, a recomendação é removê-lo e levar o animal ao médico-veterinário para indicação do melhor protocolo dali em diante.
“Os carrapatos têm a capacidade de transmitir doenças como erliquiose, bebesiose e anaplasmose e quando a infestação é severa, pode causar anemias e quadros alérgicos que podem ser bem graves dependendo da imunidade do cão, com feridas na região das picadas, que podem infeccionar. Algumas espécies de carrapato têm na saliva uma substância capaz de causar paralisia dos músculos”, explica a médica-veterinária Renata Pinheiro, da Guiavet.
Encontrei um carrapato. E agora?
Caso a pessoa encontre um carrapato em seu cachorro, o primeiro passo é removê-lo com o auxílio de uma pinça e procurar por outros parasitas que podem estar escondidos no pêlo, principalmente em áreas mais quentes, como axilas, ao redor dos olhos, dentro das orelhas ou entre os dedos e o coxim. O carrapato deve ser descartado em um recipiente com álcool e o pet deve ser levado o quanto antes ao médico-veterinário.
A recomendação é verificar se tem mais algum parasita no ambiente onde o pet vive, reforçando a limpeza do local, inclusive de caminhas e cobertores. Lembre-se que o acúmulo de entulho e lixo, assim como mato alto, são um prato cheio para os carrapatos.
Como prevenir picadas de carrapato
Além do uso de repelentes específicos para cães, a prevenção inclui a manutenção do ambiente. “Mantenha o espaço sempre limpo, livre de mato e entulho, e faça a dedetização periódica com o apoio de uma empresa especializada. O ideal é evitar transitar com o animal em regiões propícias a carrapatos, como áreas de mato alto ou com animais de vida livre. Se for inevitável passar por esses locais, reforce o repelente e reviste o pêlo assim que o passeio acabar”, orienta Renata.
Doença do carrapato
A doença do carrapato é o nome popular para algumas doenças que podem ser transmitidas pelo parasita, mas as mais comuns delas são a erliquiose – causada por bactérias que afetam as células de defesa do pet, gerando febre, apatia, quadros neurológicos e infecções secundárias – e a bebesiose – causada por protozoários que replicam nas células vermelhas dos cães, podendo gerar quadros de anemias.
“Os sintomas podem ser diversos e dependem da doença, da gravidade e do próprio sistema imune do cão. Normalmente, envolvem mudanças no comportamento, com animais mais apáticos e quietos, além de perda de apetite, sangramentos e mucosas pálidas. Além disso, alguns animais podem desenvolver paralisias, quadros neurológicos, febre, icterícia e convulsões. Por isso, é muito importante visitar o médico-veterinário sempre que identificar mudanças nos hábitos do pet”, afirma a médica-veterinária.
Normalmente, o tratamento inclui a administração de antibióticos, controle de infestação do parasita, uso de medicações injetáveis e tratamento de suporte. Em casos mais graves, pode ser necessário internar o animal.