A sarna otodécica é causada pelo parasita Otodectes cynotis, e pode acometer cães e gatos de qualquer idade, além de outras espécies. É um parasita, que diferente de outras sarnas, não costumam formar galerias na pele, ou seja, não ficam “dentro” da pele. Ela é adquirida, principalmente, por meio do contato direto com animais que tenham a doença, ou em ambiente sem limpeza adequada.
“Os sintomas são normalmente aumento da secreção e coceira nas orelhas. A coceira pode ser com a pata mesmo ou balançar muitas vezes a cabeça (para os lados, como se tentasse tirar algo incomodando de dentro”, explica o médico-veterinário Reinaldo Juan Garrido Palacios Jr. “Em casos graves, os animais podem ficar com a cabeça pendente para um lado (head tilt), andar em círculos, terem dor e sangramento nas orelhas. O tratamento é de certa forma simples, com utilização de produtos para aplicação na pele, os “pour on”, ou os que são administrados via oral. As classes de medicamentos mais utilizadas para tratamento são as avermectinas e isoxazolinas”.
O risco de morte por causa dessa sarna é quase nulo. Ela acomete exclusivamente a pele dos condutos auditivos. Contudo, em casos muito graves, o quadro pode evoluir de tal modo pelo conduto auditivo a ponto de pode causar ruptura de tímpano e alterações neurológicas. Normalmente, esses quadros mais graves só ocorrem por falta de cuidados e tratamento incorreto.
A sarna de orelha, por mais que não seja frequente, tem caráter zoonótico, ou seja, em contato direto os humanos podem adquiri-las. Por isso, quanto antes observar sinais alterados nas orelhas dos animais e administrar o tratamento correto, maiores as chances de que todos da família estejam bem!