Os animais de estimação são considerados membros da família e, como nós, também podem enfrentar problemas de saúde que exigem cuidados adequados. No entanto, uma dúvida comum que aflige os tutores nessas situações é: será seguro administrar medicamentos de uso humano aos seus animais de estimação?
Com a ajuda da Dra. Débora Machado, médica-veterinária funcional, vamos explorar esse tema tão relevante para a saúde e o bem-estar dos nossos amiguinhos peludos.
É importante ressaltar que as medicações de uso humano e veterinário passam por processos de regulação distintos.
Enquanto as medicações de uso humano requerem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, as medicações de uso veterinário são regulamentadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. As exigências do MAPA são mais abrangentes e detalhadas do que as da ANVISA, o que leva a um maior investimento de tempo e recursos financeiros pela indústria farmacêutica veterinária. Essa diferença de regulação contribui para o custo mais elevado dos medicamentos veterinários em comparação com os destinados aos humanos.
Dito isso, podemos afirmar que nem todos os remédios de uso humano são seguros para animais de estimação, porém quando prescrito pelo médico-veterinário e na dosagem correta, não há perigo no uso.
Jamais automedique o seu bichinho, pois o organismo do pet pode reagir de maneira diferente aos medicamentos em comparação com os seres humanos.
As substâncias que são seguras para nós podem ser tóxicas para os animais, e a administração de medicamentos inadequados pode acarretar uma série de riscos para os pets. Doses incorretas ou medicamentos incompatíveis podem causar efeitos colaterais graves, desde problemas gastrointestinais até danos aos órgãos vitais. Em casos mais extremos, a ingestão de certos medicamentos de uso humano pode ser fatal para os animais.
De acordo com a doutora Débora, a dipirona é um exemplo de medicamento que é usado com prescrição médica, porém em gatos pode ser tóxica, dependendo da dosagem e da frequência. Paracetamol pode matar um gato muito rápido, pois causa hemólise – ruptura das células vermelhas do sangue. A alternativa mais segura é buscar sempre a orientação de um profissional, de preferência o médico que acompanha a saúde do seu bichinho desde do início, pois nesse caso ele já possui informações detalhadas sobre o histórico médico e possíveis necessidades especiais do seu pet.
“Muitas pessoas optam pela fitoterapia, pois tem bons resultados e custo mais baixo, porém mesmo assim, devemos ter muito cuidado pois plantas e seus princípios ativos, pois também podem intoxicar os pets. Seja ela industrial ou artesanal – chás ou infusões, devem ser prescritas por um médico-veterinário” adverte a especialista.
Como tutor, é preciso redobrar a atenção ao que é oferecido para o animal, pois como dito anteriormente, alguns remédios de uso humano são conhecidos por serem prejudiciais ou tóxicos para animais de estimação. Entre eles, destacam-se analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos para controle de ansiedade. Essas substâncias podem causar danos irreversíveis aos órgãos dos animais, além de outros efeitos adversos.
Felizmente, existem alternativas seguras e eficazes aos remédios de uso humano para tratar uma variedade de condições comuns em animais de estimação. Os veterinários têm à disposição uma ampla gama de medicamentos desenvolvidos especificamente para atender às necessidades de saúde dos pets. Esses medicamentos são formulados levando em consideração as particularidades dos animais, minimizando os riscos associados ao tratamento.
Embora seja compreensível que os tutores queiram ajudar administrando remédios de uso humano, essa prática apresenta riscos significativos para a saúde dos animais. A segurança e o bem-estar dos pets devem sempre ser priorizados, e a consulta a um médico veterinário é essencial para garantir o tratamento adequado e seguro para as condições de saúde dos animais de estimação.