Muitos donos de gatos não sabem, mas a rinotraqueíte é uma doença infecciosa, altamente contagiosa e que acomete o trato respiratório superior dos felinos (não afeta cães ou humanos).
Ela é causada pelos seguintes microorganismos: Herpesvírus felino, Calicivirus felino, Bordetella bronchiseptica, Chlamydophyla felis, e, com menor frequência, o Mycoplasma sp.
“Estes agentes infecciosos podem atuar de forma isolada ou em conjunto, por isso a nomenclatura da doença mudou para Complexo Respiratório Felino”, explica Estela Pazos, médica-veterinária de felinos.
Sintomas
Os sintomas que os gatos apresentam podem ser respiratórios, oculares e bucais, sendo os mais comuns a secreção nasal (transparente, amarelada ou verde), espirros, tosse, ronco ao respirar, conjuntivite, secreção ocular (pode ser só lacrimejamento, mas também uma secreção mais espessa amarelada ou verde) e úlceras na boca.
“Esses sintomas causam mal-estar e, de acordo com a intensidade e gravidade, podem levar o gato a parar de comer, beber, ter febre e ficar prostrado”, detalha a especialista.
Como fazer o diagnóstico?
Na rotina clínica, o diagnóstico é feito através do histórico do animal e dos sintomas que são muito característicos. A doença é mais comum em gatos que têm acesso à rua, em casas ou abrigos com maior concentração de felinos convivendo em ambientes pequenos e pouco ventilados, e claro, nos animais que não estão vacinados.
Com essas informações é possível fazer o diagnóstico clínico. Existem exames laboratoriais que são muito úteis para identificar o tipo de microrganismo envolvido, principalmente nos pacientes que não melhoram com o tratamento.
Tratamento
De acordo com Estela, não existe um tratamento específico, mas a conduta é direcionada para os sintomas, utilizando antibióticos, colírios, expectorante, inalação, orientação nutricional adequada, entre outros.
“Se o tratamento for inadequado, a doença pode evoluir para uma pneumonia e muitos gatos podem ter danos no revestimento interno das narinas, podendo eliminar secreção para o resto da vida, por isso, é indicado tratar de maneira eficiente assim que surgirem os sintomas”, finaliza.