Cão Guia Brasil: conheça o projeto e como você pode ajudar

Você que está lendo este texto, enxergando estas letrinhas (mesmo usando óculos ou lentes de contato), já refletiu sobre como seria a sua vida sem o sentido da visão? Difícil imaginar, né? Porém, a deficiência visual é mais comum do que se imagina e, segundo a Organização Mundial da Saúde, ela acomete 285 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 39 milhões cegos e 246 milhões com baixa visão. Só no Brasil são mais de cinco milhões de deficientes visuais.

Com esta problemática em mente, surgiu o projeto Cão Guia Brasil, que tem como objetivo treinar cães para guiar pessoas com deficiência visual ou com baixa visão e, desta forma, facilitar a vida destas pessoas, promovendo a inclusão e integração social destes indivíduos.

“Eu já trabalhava com adestramento. Fui em uma palestra e vi o trabalho de um Cão Guia. Neste momento, decidi que queria trabalhar com isso e comecei a desenvolver o projeto”, conta George Thomaz Harrison, adestrador e diretor-presidente do Instituto Cão Guia Brasil.

Atualmente, o projeto funciona em conjunto com o Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (IRIS), de São Paulo, uma entidade sem fins lucrativos que também visa acelerar o processo de inclusão social de pessoas com deficiência visual. “A gente treina no Brasil e, com o IRIS, temos uma parceria internacional em que levamos pessoas com deficiência visual a ter acesso ao Cão Guia no exterior”, explica George.

O trabalho feito com os cães é minucioso e deve ser iniciado ainda na tenra infância do animal. Segundo o adestrador, “são selecionados os cães filhotes para identificar os que têm maior potencial. Então, colocamos estes cães em socialização, que é a primeira fase em que o cachorro vai aprender a conviver em sociedade. Ele vai ser exposto a diversas situações sociais, como ônibus, metrô, mercado, entre outros”, descreve Harrison.

“Depois da socialização, ele volta  à instituição para os treinadores. E aí o cachorro passa a ser treinado para usar o equipamento e guiar efetivamente a pessoa com deficiência visual. O treinamento completo, desde o início da socialização até a etapa da pessoa com o cão, dura entre um ano e meio e dois anos”, relata George.

Não existe restrição de raça para um cão se tornar guia, porém, ele deve preencher alguns requisitos comportamentais e de personalidade. De acordo com o adestrador, “são usadas diversas raças no mundo, até algumas misturas de raça, mas o cão deve ter um porte apropriado (de médio a grande) e ter um temperamento adequado”.

Se rolou uma sensibilização com o projeto, basta entrar nos sites e fan pages do “Cão Guia Brasil” e “IRIS” para saber como ajudar. É possível fazer doações e, para quem tem disponibilidade e tempo, é possível colaborar como voluntário.

 

 

 

 

Por: Paula Soncela
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