Dificuldade de pular em locais muito altos, brincadeiras mais lentas e acesso reduzido à caixinha de areia. Os gatos dão sinais quando começam a envelhecer e o tutor pode identificar de forma simples para se preparar.
O processo de envelhecimento começa a partir dos 8 anos de vida. Conforme envelhecem, perdem um pouco do tônus muscular e o vigor da pelagem, podendo até mesmo ficarem grisalhos, explica a médica veterinária Juliana Toledo, da clínica SPet, junto à Cobasi São Caetano.
Além do fator idade, o tutor consegue identificar alguns sinais e, consequentemente, ajudá-lo a melhorar a qualidade de vida durante a velhice. O olfato, a audição e o paladar ficam menos apurados, podendo influenciar na rotina de alimentação e seletividade do alimento.
Devido à diminuição da mobilidade, podem se limpar menos e, dependendo da idade, ter mais dificuldade de chegar até as caixas de areia. “É importante dar uma atenção especial aos dentes e articulações. Gatos são animais que pulam a vida inteira e, assim como cães e humanos, desenvolvem artrose. No entanto, demonstram de uma forma muito mais sutil, passando despercebido pelos tutores”, explica Toledo.
Para encarar essa fase de uma forma mais segura, a prevenção é o caminho. Gatos são animais silenciosos e só demonstram sintomas de alguma doença tardiamente. “É recomendado que todo gatinho a partir de 8 anos realizem exames check-up periodicamente. Dessa forma, trabalhamos com a medicina preventiva, antevendo problemas e trazendo qualidade de vida na terceira idade do felino” orienta a veterinária.
É possível, na juventude, prevenir desconfortos da velhice?
A resposta é: sim! Conforme envelhecem, é muito comum também observar alterações na parte cognitiva do gato. “Muitos gatinhos perdem o interesse pelas brincadeiras, portanto é muito importante, desde cedo, criar uma rotina para ele, em que inclua brincadeiras interativas com os tutores”, explica. Essas brincadeiras, como varinhas, bolinhas e fitas tendem a diminuir a intensidade, mas é importante mantê-las para manter a atividade do cérebro, mesmo quando a idade avança.
É importante desde cedo cuidar da alimentação, com rações de boa qualidade. Além disso, é essencial dar uma atenção especial para a saúde oral com a escovação dental. Assim como é importante levá-lo ao veterinário periodicamente quando atingir a velhice, esse tipo de cuidado deve ser inserido desde cedo.
O comportamento muda
Além da dificuldade de pular em locais muito altos devido, os gatos ficam mais lentos durante as brincadeiras e costumam dormir um pouco mais. Há também a possibilidade de gatinhos muito idosos apresentarem comportamento agitado, que miam muito e comem bastante. “Isso também pode ser sinal de doença crônica decorrente da idade, como um hipertireoidismo, muito comum nos felinos em torno de 14-18 anos. Acompanhamento veterinário é imprescindível para que seja diagnosticado com antecedência e garantir conforto ao gato”, conclui a veterinária.